O tunisiano Anis Amri, 24, procurado pela polícia alemã como suspeito pelo ataque a um mercado natalino em Berlim que deixou 12 mortos, esteve sob vigilância das autoridades alemãs entre março e setembro deste ano.

Amri, considerado uma potencial ameaça pela polícia do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, estaria planejando um assalto para financiar a compra de armas automáticas para usar em um eventual ataque, segundo informação de agências de segurança federais.

A investigação apontou que o tunisiano estava envolvido com tráfico de drogas em um parque de Berlim e em uma briga de bar, mas não encontrou evidências sobre o assalto. A observação foi encerrada em setembro.

Um documento distribuído pelos policiais diz que Amri já usou seis identidades de três nacionalidades diferentes. Apesar de dizer que ele nasceu em Gaza, na Tunísia, o documento cita variantes do nome dele, além de nacionalidades egípcia e libanesa.

A polícia alemã oferece uma recompensa de 100 mil euros (R$ 348 mil) pela prisão do suspeito. Ele é considerado "armado e perigoso".

Os investigadores chegaram até o tunisiano por meio da carteira dele, encontrada embaixo do banco do caminhão usado no ataque ao mercado.
De acordo com a imprensa alemã, Amri teria contato com Abu Walaa, recrutador ligado a grupos extremistas islâmicos que foi preso em novembro.
O secretário do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Ralf Jäger, informou que Amri chegou à Alemanha em julho de 2015 e pediu asilo no país -que foi negado.

Ele deveria ter sido deportado, mas não pôde retornar à Tunísia porque estava sem documentos. "A Tunísia primeiramente negou que essa pessoa fosse sua cidadã", afirmou Jäger, acrescentando que autoridades alemãs iniciaram o processo para conseguir novos documentos em agosto deste ano.

A polícia alemã prendeu outro suspeito no início desta quarta-feira (21), mas o homem foi solto posteriormente, relatou a rede alemã RBB.

Na noite de terça-feira (20), as autoridades também libertaram um paquistanês postulante a asilo que foi preso no local do incidente pouco após o ataque. Oficiais alertaram que o agressor ainda está foragido e possivelmente armado.

A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou o ataque nesta terça-feira (20). Mesmo antes da reivindicação do Estado Islâmico, o governo alemão vinha tratando esse caso, que deixou 48 feridos, como atentado.

A chanceler Angela Merkel visitou o local das mortes e afirmou que "ainda há muito que não sabemos com certeza o suficiente, mas precisamos supor que se trate de um ataque terrorista".

Um caminhão atropelou o público de um tradicional mercado natalino de Berlim na segunda-feira por volta das 20h do horário alemão (17h em Brasília). O ataque ocorreu entre barracas servindo vinho quente e salsichas, diante da igreja Kaiser-Wilhelm.

A polícia encontrou o cidadão polonês Lukasz Urban, 37, morto dentro do veículo, com evidências de facadas e tiros. Ele seria o motorista original do caminhão.

A empresa polonesa responsável pelo veiculo diz que Urban desapareceu durante a tarde de segunda-feira. O veículo teria sido roubado e utilizado no atentado.