O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, detalhou nesta quarta-feira (27) seu plano de reforma tributária em discurso em Indianapolis, no estado de Indiana, e disse que este será o “maior corte de impostos da história” americana, acrescentando que “os maiores ganhadores serão os trabalhadores americanos do dia a dia”. O republicano, no entanto, não comentou a alíquota de impostos para as empresas, mas um documento divulgado pela Casa Branca confirmou que o imposto para empresas será reduzido para 20%.

Trump rejeitou um corte menor do que o apresentado. “Vinte é o meu número, então não vou negociar este número”, disse o republicano. Críticos do projeto dizem que a perda de arrecadação pode aumentar o déficit fiscal do país.

O presidente anunciou que a primeira faixa de dedução vai passar US$ 12 mil por ano para indivíduos e para US$ 24 mil para famílias com renda anual. “Mais pessoas serão taxadas em 0%”, afirmou o presidente, que também disse que as atuais sete faixas para pessoas físicas serão transformadas em três, com alíquotas de 12%, 25% e 35%.

“Vamos cortar impostos para a classe média e tornar o código tributário mais simples para os americanos no dia a dia. Cortar impostos devolve os sonhos para as pessoas”, disse o republicano. “Nossa política econômica vai colocar a América em primeiro lugar” e “reconstruir a economia”.

Trump criticou a carga tributária americana e disse que os cortes nos impostos corporativos trarão mais competitividade e maiores salários aos trabalhadores. “Vamos fazer dos Estados Unidos o país mais competitivo do mundo e vamos criar milhares de empregos na América com a reforma tributária”.

O presidente mais uma vez acusou outras nações de tiraram vantagem dos EUA e que está renegociando acordos que julga injustos, como o Acordo de Livre Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). Trump manifestou solidariedade ao povo de Porto Rico, após a passagem de furacões devastadores na ilha. “É realmente catastrófico o que está acontecendo em Porto Rico”, disse.

Renúncia

O chefe da DEA, a agência antidrogas dos Estados Unidos, deixará o cargo no final desta semana, depois de divergências com Trump nos últimos meses - disse uma porta-voz da agência hoje. A renúncia de Chuck Rosenberg “será efetiva em 1º de outubro”, disse a porta-voz Katherine Pfaff.

Rosenberg é próximo do ex-chefe do FBI, James Comey, demitido em maio pelo presidente, e remanescente do governo Barack Obama, e a expectativa era que, cedo ou tarde, fosse substituído. 

Secretário faz visita a Cabul 

O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, chegou à capital do Afeganistão hoje em uma visita surpresa. Ele é o primeiro membro do gabinete do presidente dos EUA, Donald Trump, a visitar a região desde o anúncio de uma nova estratégia para o país, prometendo uma intensificação da campanha militar contra os insurgentes do Taleban. Eles ganharam terreno em um momento no qual tentam restabelecer a lei islâmica depois da derrubada do regime liderado pelo grupo em 2001. Mattis disse que os EUA enviarão mais 3 mil soldados ao Afeganistão para ajudar a treinar as forças de segurança afegãs que combatem os taleban e outros grupos militantes. O secretário de Defesa chegou acompanhado pelo chefe da Otan, Jens Stoltenberg.

Atualmente existem cerca de 8,4 mil militares americanos no território afegão. A maioria deles aconselham as forças afegãs, mas alguns estão envolvidos em operações contra o Taleban. Os rebeldes prometeram fazer do Afeganistão um “cemitério” para as forças estrangeiras e incrementaram seus ataques, enquanto controlam amplas zonas do país. Os generais americanos consideraram durante meses que a situação no país estava “estancada” após anos de apoio às tropas afegãs, ajuda contínua do contingente da Otan e um custo de reconstrução de US$ 1 trilhão para os EUA.

Mattis chegou a Cabul horas depois de ao menos seis pequenos foguetes explodirem nos arredores do aeroporto da capital, informou a polícia. Não havia relatos de vítimas ou danos provocados pelo ataque, cuja autoria foi reivindicada pelo Taleban. O grupo afirmou que o alvo era o avião do secretário de Defesa americano.