O médico Danilo Silva, de 29 anos, passou por uma situação inesperada durante o seu plantão na Unidade de Pronto-Atendimento da Tijuca, no Rio de Janeiro: um paciente, na faixa dos 50 anos, com crise de hipertensão não quis que o médico o avaliasse, pois afirmou que não queria ser atendido por um “crioulo”.

De acordo com o site Extra, o mesmo paciente também recusou a ajuda de um maqueiro porque “não queria que um preto encostasse nele”. O maqueiro em questão também ficou constrangido e, segundo Danilo, acabou chorando.

Apesar da situação, o dever de médico falou mais alto e Danilo foi firme com o paciente e realizou o atendimento, o medicando em seguida. No entanto, ele deixou registrado no boletim de atendimento que o paciente não queria ser atendido por ele.

“Nunca tinha acontecido algo assim. Primeiro fiquei em choque e sem reação, mas depois eu senti muita revolta. Sou filho de uma nordestina e de um vendedor de sacos do Pará. Vim de Belém fazer faculdade no Rio, fiz residência médica, estou fazendo mestrado e dou meu sangue pelo SUS porque acredito. Me revoltou também porque as pessoas ao meu redor diziam que não era nada. Quem não é negro não sabe como é. E isso dói”, desabafou o médico ao site Extra.

Danilo também já prestou queixa sobre o paciente. “Ele vai ser intimado e vamos levar esse processo pra frente para que ele aprenda que não é a cor que define caráter”, completou.