A Sala de Apelações do Peru rechaçou nesta sexta-feira um pedido de liberdade formulado pela defesa do ex-presidente Ollanta Humala e sua mulher, Nadine Heredia, investigados por possíveis delitos de corrupção ligados ao caso Odebrecht. Em mensagem no Twitter, o Judiciário informou que a corte "declara infundado o recurso de apelação da defesa de Ollanta Humala e Nadine Heredia".

Com isso, o casal deve seguir na prisão durante 18 meses, de acordo com um pedido do juiz Richard Concepción, que determinou a reclusão de ambos enquanto são investigados os delitos de lavagem de dinheiro e recebimento de fundos das companhias brasileiras Odebrecht e OAS e dinheiro público da Venezuela nas campanhas presidenciais de Humala de 2006 e 2011.

O promotor do caso, Rafael Vela, havia insistido na prisão dos envolvidos, com o argumento de que eles estavam "no comando da organização criminosa". A defesa diz que a promotoria não tem provas e que o processo é político.

Humala está na prisão de Barbadillo, a mesma onde se encontra o ex-presidente Alberto Fujimori. Heredia se encontra em uma prisão de mulheres onde estão detidas lideranças do Sendero Luminoso e algumas narcotraficantes.

A corrupção da Odebrecht golpeia a elite política do Peru. O ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006) está foragido, acusado de receber subornos e ainda não foi extraditado dos EUA, enquanto o sucessor dele, Alan García (2006-2011), é investigado por suposta corrupção e quatro ex-funcionários de seu governo estão presos.

Em dezembro, a Odebrecht admitiu em um tribunal judicial de Nova York que havia pagado subornos milionários para ganhar licitações de obras públicas nos governos de Toledo, García e Humala entre 2001 e 2016. Fonte: Associated Press.