Atualizada às 13h30 - 28/01/2018

Um grupo de homens fortemente armados invadiu, na madrugada deste sábado, 27, uma festa no bairro Cajazeiras, na periferia de Fortaleza, e atirou contra os participantes. Pelo menos 14 pessoas foram mortas, segundo a Polícia Civil cearense, no que já é considerada a maior chacina da história do Estado. Outros seis feridos encontram-se internados em estado grave. A maioria das vítimas era mulher. Dezesseis morreram no local. Uma mulher morreu na ambulância a caminho do hospital e uma outra pessoa, após dar entrada na emergência do Frotinha de Messejana.

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A festa acontecia na casa noturna Forró do Gago, localizada na Rua Madre Tereza de Calcutá, 172. Segundo fontes não oficiais, estava sendo promovida por integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), umas das que comandam os presídios e que dominam o tráfico de drogas no Ceará.

Algumas das pessoas que foram atingidas não tinham nenhuma ligação com o crime organizado. Estavam apenas se divertindo na festa, que é popular na comunidade. As execuções, ainda conforme fontes não oficiais, estão sendo atribuídas à facção Guardiões do Estado (GDE). De acordo com testemunhas que pediram para não se identificar, por volta de 00h30 de hoje (horário local), homens desceram de três carros e dispararam a esmo contra os participantes da festa.

Os seis feridos estão no Instituto Dr. José Frota, no Centro de Fortaleza. Um rapaz, de 23 anos, duas adolescentes, de 16, um adolescente, também de 16, e uma criança, de 12 anos. Não foi fornecida informação sobre o sexto ferido. A criança – um menino de 12 anos – levou um tiro na coxa. Ele estava do lado de fora, quando os atiradores chegaram. O menino disse que viu o pai sendo alvejado com um tiro na cabeça.

Pelas redes sociais, vídeos e fotos das vítimas ensanguentadas começaram a circular ainda de madrugada. Grande parte dos registros mostra grupo de mulheres atingidas por tiros na cabeça. Uma delas era a vendedora de lanches Marisa Mara, de 37 anos. De acordo com a mãe dela, Sandra Silva, a ambulante morava perto do local da festa. Ela estava voltando para casa e parou para falar com alguns conhecidos, que estavam perto da casa de forró. Foi quando os atiradores chegaram e ela acabou sendo também alvejada e morta.

Outra vítima fatal foi Natanael da Silva, de 25 anos, motorista de Uber. Ele e o passageiro, que tinha como destino a casa de forró, foram mortos. Em nota, a empresa de transporte lamentou o episódio de violência urbana e afirmou que estará "à disposição das autoridades para colaborar nas investigações, na forma da lei".

Um ambulante, que vendia lanche do lado de fora, também foi atingido e morreu no local.  O secretário de Segurança do Ceará, André Costa, convocou a imprensa para entrevista coletiva para falar sobre a chacina.