Os Estados Unidos aumentaram nesta a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, com o anúncio de sanções que proíbem a compra de novos bônus lançados pela Venezuela ou pela petroleira estatal PDVSA. As medidas não atingem os papéis já emitidos pelo país e negociados no mercado secundário de títulos.

A decisão restringe de maneira drástica a possibilidade da Venezuela de captar recursos no mercado para financiar sua dívida e aumenta o risco de um default. Mas elas não atingem as exportações de petróleo do país, que são sua principal fonte de recursos. Os EUA isentaram das sanções bônus da PDVSA com prazo inferior a 90 dias, o que permitirá a continuidade da comercialização de seus produtos. Também não serão atingidos os papéis soberanos com prazo menor que 30 dias.

As sanções atingem apenas dois títulos já existentes. Segundo a Casa Branca, esses papéis são detidos exclusivamente por entidades dentro da Venezuela e foram incluídos para evitar que o governo os usasse com o objetivo de contornar a proibição de compra de novos bônus por americanos.

“Essas medidas são cuidadosamente calibradas para negar à ditadura de Maduro uma fonte crítica de financiamento para manter seu poder ilegítimo, proteger o sistema financeiro dos Estados Unidos de cumplicidade com a corrupção da Venezuela e o empobrecimento do povo venezuelano e permitir assistência humanitária”, disse nota divulgada pela Casa Branca.

Economia

Essas são as primeiras medidas dos EUA que atingem a economia do país e não determinados indivíduos ligados ao governo. Desde o início do ano, 30 autoridades venezuelanas foram alvo de sanções, que abrangeram o congelamento de eventuais bens que tenham sob jurisdição americana.

“Na tentativa de se preservar, a ditadura de Maduro recompensa e enriquece autoridades governamentais e do aparato de segurança por meio do acúmulo de uma dívida massiva”, disse um integrante do governo Donald Trump no anúncio das medidas. É praxe que eles falem com a imprensa sob a condição de não serem identificados.

As sanções proíbem ainda a compra de ações emitidas por entes estatais venezuelanos e o envio de dividendos ou lucros ao país por empresas nos EUA que tenham participação do governo venezuelano. A medida atinge entidades como a refinaria Citgo, localizada no Texas e controlada pela PDVSA.

Demandas

As autoridades americanas disseram que o país adotará medidas adicionais para pressionar Maduro, até que haja libertação de presos políticos, respeito à Assembleia Nacional controlada pela oposição e realização de eleições livre monitoradas por observadores internacionais.

Segundo integrantes do governo Trump, a suspensão das importações de petróleo continua sobre a mesa e poderia ser adotada no processo de agravamento das sanções.

O governo da Venezuela ainda não respondeu às novas sanções implementadas pelos Estados Unidos. Em visita à sede das Nações Unidas, em Nova York, o chavista pediu que a entidade se posicione contra a punição e prometeu defender os cidadãos de seu país “com todos os meios”.