Um porta-retrato e uma camisa azul, usada por Ana Clara no dia que desapareceu, ficaram nas mãos da mãe da pequena, Glauciane Pires Silva, durante todo trajeto dentro do Cemitério Vale do Cerrado, saída para Trindade, na manhã desta quinta-feira (23). 

No momento do sepultamento, ela entregou o porta-retrato para a avó materna da criança, enrolou as mangas da camisa no pescoço e beijou repetidamente o caixão com o corpo da filha.

Além dos objetos, Glauciane repetia quase como um mantra à frase: “Ele não sofreu o que minha filha sofreu. Nada, nada, nada”. O abalo da mãe emocionou a todos que acompanharam o sepultamento de Ana Clara.

Assim que o caixão foi enterrado, Glauciane contou que daqui pra frente vai tentar esquecer tudo e ter lembranças boas da filha, questionada sobre qual seria essa lembrança, respondeu: “A alegria dela. Ela era um amor, um anjo, um sonho de consumo de toda mãe”, finalizou.

Na chegada ao cemitério, dezenas de pessoas esperavam o cortejo, a maioria dos presentes não conhecia a família, mas ficou comovida com a história e o desfecho.

O corpo de Ana Clara foi encontrado em um matagal de uma estrada vicinal, próximo à Embrapa, na GO-462, em Santo Antônio de Goiás. 

O homem apontado como autor do crime, Luis Carlos Costa Gonçalves, de 35 anos, foi morto ontem à tarde em confronto com a Polícia Militar (PM), segundo informações da corporação.