Dados divulgados ontem, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que o perfil médio do juiz brasileiro é de homem branco, de 45 anos, casado e com filhos. O levantamento mostra ainda que negros são minoria da magistratura brasileira. Conforme o Censo dos Magistrados, 64% dos juízes são do sexo masculino. Os que se declararam brancos somam 84,5%. Somente 14% se consideram pardos, 1,4% negros e 0,1% indígenas.

A idade média dos juízes é de 45 anos. Do total dos pesquisados, 80% afirmaram ser casados ou viver em união estável. Um por cento disseram que a união é com pessoa do mesmo sexo. A grande maioria dos magistrados, 76%, tem filhos. Menos de um por cento tem deficiência, mas somente 0,36% foram aprovados para vagas reservadas.

Juízas relataram que enfrentam dificuldades na carreira pelo fato de serem mulheres. Parte das magistradas contou que enfrenta mais dificuldades do que os colegas homens nos processos de remoção e promoção. Um quarto das juízas afirmou ter presenciado reação negativa dos jurisdicionados pelo fato de ser mulher.

Em média os juízes ingressam na magistratura aos 31 anos e as juízas, aos 30 anos. A jornada média diária de trabalho dos juízes é de 9 horas e 18 minutos. No ano passado, 13% dos magistrados estiveram em licença por motivo de doença ou acidente. Em quase metade dos casos, os juízes acreditam que a doença ou o acidente teve relação com o trabalho.

O perfil dos magistrados brasileiros foi traçado com base em questionário eletrônico respondido por 64% dos 16.812 juízes em atividade no País.

 

Repercussão

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa, não quis comentar se o resultado do Censo do Judiciário poderia abrir um debate no órgão sobre a adoção de cotas para ingresso na magistratura. “Não sei, não sei, não sei. Estou de saída (ele vai se aposentar neste mês). ‘Es ist mir ganz egal’ (expressão em alemão que, em português, significa ‘para mim, tanto faz’). Não estou nem aí”, completou.

 

Entenda

O objetivo do estudo foi identificar o perfil da magistratura brasileira, razão pela qual o questionário consultou os magistrados brasileiros sobre informações pessoais e profissionais. Dos 16.812 magistrados em atividade no País, 10.796 responderam ao questionário eletrônico proposto pelo CNJ, o que indica índice de resposta de 64%.