Mesmo sem emprego fixo e ensino superior, a goiana Bruna Cristine Menezes de Castro, de 25 anos, mais conhecida como Barbie, esbanjava riqueza e glamour. Os trabalhos como modelo eram esporádicos e o padrão de vida elevado não condizia com suas condições financeiras. Familiares e amigos acreditam que, para manter o status social, Bruna começou a aplicar os golpes pela internet. “Ela vivia as mentiras que contava aos outros”, disse a prima Thabata de Castro.

Thabata foi uma das primeiras vítimas de Bruna. Ela ofereceu um perfume importado por R$ 300 à prima, mas esse nunca chegava. “Foi aí que ela começou com a história de que estaria com câncer e que estava fazendo quimioterapia. Achei estranho e ameacei falar para o meu tio (pai de Bruna). Ela, então, me devolveu o dinheiro. Mas mesmo assim insistiu na mentira”, relatou.

Um ex-namorado, Ryan Balbino, também sofreu com os desfalques. Ao longo do namoro entre os anos de 2011 e 2012, ele sofreu golpes seguidos que, somados, chegam a R$ 15 mil. Segundo ele, a modelo não tinha medo de ser presa. “Ela criou um mundo de fantasia e viveu nele por vários anos. Ela nunca pensou que seria presa”, ressaltou.

Já o titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor (Decon), Eduardo Prado, comparou a modelo com o serial killer Tiago Gomes da Rocha. “Temos estudos de criminologia sobre o serial killer e percebemos traços parecidos”.

O delegado acredita que Bruna tenha distúrbio de personalidade. “Uma pessoa íntima dela nos disse que Bruna poderia ser ninfomaníaca. Mas acredito que ela seja mitomaníaca, que é a pessoa que mente compulsivamente e acredita na mentira que inventa. Ela aparentava ser uma pessoa glamourosa para viver no mundo que construiu.”

Após a repercussão do caso, dez novas vítimas entraram em contato com o delegado.