Em dia de sol e muito calor, mais de 50 blocos arrastam milhares de pessoas pelas ruas e avenidas do Rio de Janeiro, mostrando que o carnaval de rua se integra definitivamente ao calendário de eventos da cidade.

Depois de um sábado em que o ponto alto foi a passagem pelas ruas de Ipanema, na zona sul, do bloco Simpatia Quase Amor, que arrastou cerca de 100 mil pessoas, hoje foi a vez de o Bloco da Preta, da cantora Preta Gil e amigos famosos – incluindo o pai, o cantor e compositor Gilberto Gil – arrastar cerca de 300 mil pessoas pelo centro da cidade, de acordo com a Riotur.

Desde cedo, dezenas de pessoas se aglomeravam no cruzamento da Avenida Presidente Vargas com a Rua 1º de Março, no coração financeiro da cidade, à espera da saída do bloco. Era o caso, por exemplo, de Gabriela Rodrigues, de 21 anos, moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que, no início da manhã, se concentrava com um grupo de cerca de 50 pessoas para acompanhar o bloco.

“Não podia deixar de vir, venho sempre. Nós somos um grupo, principalmente de amigas, e não podia faltar. Já estive ontem no Simpatia Quase Amor. Todos moramos juntos e vamos atrás de outros blocos até o fim do carnaval”.

O mineiro Paulo Saúde, de 40 ano, morador de Copacabana, também se misturava à multidão na expectativa da saída do bloco. Fantasiado de Peppa Pig, desenho animado infantil, ele disse que queria mesmo era brincar o carnaval.

“Esta é a primeira vez que venho no bloco da Preta. Gosto muito de sair na Banda de Ipanema – é muito divertido. Mas também costumo sair em outros blocos. Já estive no Fogo e Paixão [desfilou também hoje pelas ruas do centro] e, com certeza, sairei em outros até o fim do carnaval”.

O paraibano de Campina Grande, Joselito Ferreira, de 52 anos, também se misturava à multidão e aproveitava para ganhar um trocado. Vendendo cerveja e água ao mesmo tempo em que se divertia. Ele não soube, no entanto, explicar muito bem a lógica dos preços: cobrava R$ 10 por três latas de cerveja, mesmo valor que cobrava por apenas uma garrafa de água.

“O negócio e unir o útil ao agradável. Acompanho o bloco e ganho um dinheirinho. Embora todos queiram mesmo é a cerveja, a água, por hidratar, tem lá o seu valor. E é mais caro, a gente vai ganhando um pouco mais”, disse.

Segundo o inspetor André Luiz, que comandava os trabalhos da Guarda Municipal no acompanhamento do Bloco da Preta, cerca de 190 homens estavam envolvidos na operação e entre as principais preocupações da Guarda estavam os que urinam nas ruas.

“Infelizmente, ainda é grande o número dessas pessoas que sujam a cidade. É uma das nossas principais preocupações, assim como os ambulantes, o consumo excessivo de bebida alcoólica e os furtos, comuns em aglomerações como essas”.

Bermuda branca, camisa estampada e com uma guitarra, Gilberto Gil ajudava a filha a puxar o bloco, que tinha ainda sobre o carro de som atrizes como Fernanda Paes Leme, Carolina Dieckmann, Letícia Lima – musa do bloco –, além dos cantores Nego do Borel e Ludmila e do promoter David Brazil.

As informações são da Agência Brasil