A geração que aprendeu falar inglês jogando vídeo game e assistindo videoclipes na TV cresceu e agora está investindo na leitura de livros no idioma. Com a explosão de grandes livrarias pelo país e o mercado online a todo vapor, ficou mais acessível comprar livros em seu idioma original.

A advogada Nathalia Correa, 26 anos, conta que sua maior influência para começar ler em um idioma que não fosse o português foi a chegada de sites que vendem livros digitais. “Os preços são super acessíveis. Sempre convivi com o inglês, mas era difícil encontrar livros legais para ler no idioma. Esses sites vieram como um grande incentivador”, conta.

Alguns leitores, inclusive, optam pela leitura do exemplar em sua língua original. É o caso do empresário Breno Guimarães, 30 anos. “Algumas obras, por mais bem traduzidas que sejam, não ficam como a original. É difícil pensar em livros com métrica e rima como os do Dr. Seuss em português sem que eles percam um pouco de beleza”, explica. Mas ainda, segundo ele, outras obras funcionam tão bem que não faz diferença ler em português.

Se arriscar em uma leitura que não seja em sua língua mãe exige certa segurança para alguns leitores. O jovem Antônio Henrique, 24 anos, conta que foi preciso estudar muito e até viajar para o exterior, antes de adquirir seu primeiro exemplar em inglês, mas acabou se surpreendendo. “Acho que depois que estudei muito a língua inglesa, cerca de dez anos, e viajar para os Estados Unidos, percebi que estava na hora de tentar ler também”, conta.

Dificuldades

Ainda hoje, depois de inúmeros livros lidos, os jovens relatam que ainda tem algumas dificuldades, mas veem nelas uma forma divertida de aprender ainda mais. “É comum topar em palavras e termos muito específicos nas narrativas”, relata Breno.

Antonio Henrique complementa dizendo que por causa desses termos e palavras é difícil ler de uma vez só, como costuma acontecer com exemplares traduzidos, e a leitura se torna um pouco mais demorada.

Dicas

Os jovens deixam dicas para quem quer se arriscar na leitura em outros idiomas. “Confie na sua capacidade, não desista na primeira dificuldade e evite ficar procurando palavras no dicionário!”, brinca Nathalia. Para Breno, ler o que gosta é essencial “A empolgação que todos nós leitores conhecemos bem quando estamos envolvidos por um livro, perpassa as dificuldades da língua”.

“Com o tempo você acaba perdendo um pouco do idioma. O livro te impede de esquecer. Às vezes você lê uma palavra boba e não se lembra do significado. É a oportunidade de lembrar”, incentiva Henrique.

Opções de leitura

Confira algumas dicas dos leitores para quem quer começar a ler em inglês:

Nathalia Correa: Pride and Prejudice ( Austen, Jane) para quem já tem bastante conhecimento no idioma e

Stepbrother Dearest (Ward, Penelope) para quem está começando.

Antônio Henrique: Harry Potter and the Philosopher’s Stone (Rowling, J. K.)

Breno Guimarães: Oliver Twist (Dickens, Charles)