Dos quatro feridos no atentado na escola Goyases, em Goiânia, dois seguem internados. Na manhã deste sábado (28), o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) divulgou um boletim sobre o estado de saúde das duas adolescentes baleadas na última sexta-feira (20), que estão na unidade de saúde.

De acordo com a nota, Marcela Rocha Macedo encontra-se internada em enfermaria, orientada, consciente, com respiração espontânea, sem febre, se alimentando por via oral e sem se queixar de dores para a equipe de assistência. Ela foi submetida a uma cirurgia no tórax nessa sexta-feira e passa bem.

Já a também menor Isadora de Morais permanece internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado regular, orientada, consciente e respirando de forma espontânea, com auxílio de oxigênio. Isadora, atingida por três tiros, ficou paraplégica.

De acordo com o boletim do hospital, ainda não há previsão de alta para as duas meninas.

Nazismo

Também neste sábado (28), a revista Veja publicou uma reportagem que mostra que o atirador de Goiânia tinha simpatia com os ideais nazistas. O pai de um dos amigos do menor decidiu investigar e vasculhar as conversas entre o filho e o atirador. Ele descobriu que o rapaz usava o codinome Adolf em seu perfil no Skype e que tentava convencer os amigos que o nazismo havia sido positivo para a humanidade.

Em uma das conversas, que aconteceram entre abril e outubro, ao ser perguntado se Hitler estava certo, o atirador responde: “Com certeza”. 

Depoimento

Nessa sexta-feira (27), o jovem prestou depoimento por cerca de duas horas. Ele disse que está arrependido e que não tinha a intenção de matar ninguém quando tirou a pistola calibre .40 da Polícia Militar, usada pela mãe no trabalho - ela é sargento da PM goiana -, repetindo o que já havia declarado quando foi ouvido pelo promotor Frederico Augusto de Oliveira Santos, da 4ª Promotoria de Justiça da Infância, Juventude e Atos Infracionais.

Ele também contou que aprendeu a manusear a arma assistindo a vídeos do YouTube. Segundo depoimento do pai na delegacia, a esposa, que está de licença-prêmio por seis meses, guardava a arma dentro do coldre sobre o guarda-roupas do quarto do casal, desmuniciada. As munições estavam trancadas em uma gaveta em outro cômodo da casa.

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) solicitou que o atirador passe por avaliação psicológica. O laudo deve ser anexado aos autos em até 20 dias e será feito por peritos do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).

Os pais do jovem querem que ele termine o ano letivo. “Ele nunca faltou às aulas e tem nota suficiente para passar de ano. Estamos vendo junto a Secretaria de Educação e ao Conselho Estadual de Educação se isso é possível ou se ele pode fazer as provas finais no centro de internação”, informou a advogada Rosângela Magalhães, que representa a família no processo.