A fé que leva mais de 60 mil de devotos todos os anos a Romaria do Senhor do Bonfim, no período de 7 a 17 de agosto, no distrito do Bonfim, município de Natividade, mantém a tradição religiosa e cultural, mas também gera oportunidades de negócios e a necessidade do desenvolvimento do turismo religioso na região.

E com o intuito de analisar e identificar a demanda turística do evento, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Tocantins (Sebrae-TO) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Tocantins (Senar-TO), realizou um diagnóstico com intuito de verificar o perfil dos visitantes; o perfil dos proprietários dos pequenos negócios instalados; e os gargalos empreendedores envolvidos na Romaria. E baseado nos resultados dos relatórios, será criado um programa de planejamento e investimentos estruturais a serem implantados nas próximas edições do festejo para movimentar a economia da região. Os estudo foi lançado ontem, na Câmara de Vereadores de Natividade, pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA/Faet/ Senar), senadora Kátia Abreu, a superintendente do Sebrae-TO, Márcia Rodrigues, e pela diretora executiva do Sebrae-TO, Mila Jaber.

O Jornal do Tocantins teve acesso exclusivo ao diagnóstico, que revela que a principal reclamação dos entrevistados é com relação a infraestrutura.

Foram aplicados 345 formulários para o diagnóstico do perfil dos turistas e desses 329 (95,3%) apontaram problemas na estrutura, demonstrando que é preciso priorizar investimentos na área. Nesse mesmo aspecto, os equipamentos turístico oferecidos como restaurante, meio de hospedagem, posto médico e transporte intermunicipal foram avaliados como regular. Apenas a rodoviária, foi apontada como ótima, com um percentual de 43% dos entrevistados.

Sobre os banheiros disponibilizados para uso durante a romaria, 170 (49%) dos visitantes consideraram ruim os banheiros, e 159 (46%) pessoas reclamaram da falta de limpeza urbana. A segurança pública, as barracas comerciais e os ambulantes foram avaliados como regulares por 146 (42%) dos entrevistados. O acesso ao município foi o item melhor avaliado no quesito infraestrutura, considerado bom por 128 (37,1%) e ótimo por 45 (13%) pessoas; na sequência ficou o local do estacionamento, indicado como bom por 113 (32,7%) entrevistados.

Com relação as hospedagens disponíveis, os números demonstraram que os hotéis e pousadas foram os locais menos utilizados com 7%, sendo que 34% utilizaram acampamento e 37% foram para a casa de amigos e parentes.

Quando questionados sobre as sugestões de melhorias no festejo, a pesquisa mostrou que 24% indicaram a estrutura, 22% a organização e 20% a melhoria na limpeza.

 

Perfil socioeconômico

O gasto médio diário com a festa declarado pelos entrevistados foi de R$ 104,84, ressaltando que 60% das pessoas colocaram que este valor leva em conta toda a família e não representa um gasto individual.

A renda familiar declarada por 39% dos participantes do Festejo do Senhor do Bonfim foi de até R$ 1.356,00, e 20% informaram que esse valor pode ir até R$ 2.712,00. Já 16% dos visitantes disseram não possuir nenhuma renda.

Os resultados obtidos revelaram que 46% dos visitantes são do próprio município, seguido por 21% de outros municípios e 9% da Capital. Dos não residentes entrevistados, 63% responderam que pernoitaram no município.

Os visitantes somam 64% dos entrevistados, sendo que destes, 52% responderam que se consideram turistas e 12% se denominaram excursionistas. E 41% desse total, disseram que permaneceram no evento de dois a quatro dias, e 30% que ficaram apenas um dia na romaria.

O motivo mais apontado para participação da festa foi ter recebido um milagre, com 74% das respostas. Sobre a frequência, 37% afirmam ter ido mais de 10 vezes a romaria.