O saldo de emprego – diferença entre contratações e demissões – no Tocantins em novembro foi negativo. Foram 1.202 vagas de trabalho formal a menos no mês passado. Enquanto 5.512 pessoas conseguiram ser efetivadas, outras 6.354 foram demitidas. Esse é o pior saldo em oito anos, ficando atrás apenas de novembro de 2008, quando 1.971 vagas foram extintas.

Além disso, o número é o terceiro pior da série histórica para o mês, que começou a ser registrada em 1992. A segunda colocação foi registrada em 2002. O levantamento faz parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referente ao mês de novembro e foi divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O número negativo do emprego tocantinense foi puxado pelas demissões realizadas pelo setor de serviços. Ao todo, 484 trabalhadores foram demitidos. O que chama a atenção é que, justamente em uma época do ano em que o comércio costuma contratar muito, por conta do aquecimento no volume de vendas, os serviços foram os “vilões” nos desligamentos.

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Tocantins (Fecomércio-TO) o ano está sendo atípico para diversos setores produtivos do Estado e a culpa seria da insegurança econômica e política. Tanto que, na pesquisa realizada pela entidade sobre a confiança do empresário, em novembro, 75% dos participantes acreditavam na redução do quadro de funcionários.

“É lastimável, pois quanto mais o desemprego aumenta, mais o comércio e o setor de serviços sentem esse reflexo”, disse o presidente da Fecomércio, Itelvino Pisoni. Para ele, a situação é ainda mais crítica devido à proximidade com Natal, que é a principal data para o comércio, na qual as contratações temporárias já deveriam estar acontecendo. “Esperamos que 2016 seja melhor, mas infelizmente as previsões estão cada vez mais pessimistas”, admitiu.

Quem completa o ranking das demissões é a construção civil (-484 vagas), a indústria de transformação (-263) e extrativa mineral (-77). O único setor que apresentou saldo positivo expressivo, com 181 contratações, foi a agropecuária.

Balanço

No acumulado dos últimos doze meses, o número do Tocantins é ainda pior. Foram 83.848 admissões, ante 87.322 desligamentos, gerando um saldo negativo de 3.474. No balanço parcial deste ano, embora seja menor, o saldo também ficou negativo em 45 vagas. Enquanto foram registradas 78.903 contratações, o número de demissões chegou a 78.948.

Municípios

Entre as sete maiores cidades do Tocantins apenas Porto Nacional registrou saldo positivo de 57 vagas, com 313 admissões e outras 256 demissões. Já a cidade com pior saldo foi Araguaína, onde 463 vagas deixaram de existir. A Capital ocupa o segundo lugar nesse ranking negativo, com menos 382 postos de trabalho. Completam a lista Gurupi (-147), Paraíso do Tocantins (-40), Colinas do Tocantins (-6) e Araguatins (-5).

Brasil

O número de postos de trabalho com carteira assinada fechados em novembro no País chegou a 130.629, representando uma queda de 0,32% no total de trabalhadores formais, em comparação com o resultado do mês anterior.

O MTE avalia que houve desaceleração no ritmo de queda de postos ocupados no mercado de trabalho brasileiro. Em outubro, o número de empregos havia decrescido 0,42% (169.131 postos a menos), em relação a setembro.