A reforma que o governo federal propôs para as regras da Previdência, entre as principais mudanças, traz a possibilidade de uma aposentadoria menor para quem está no mercado de trabalho hoje e a chance de ter de ficar na ativa por muito mais tempo para conseguir aposentar – sendo que será preciso 49 anos de contribuição para o benefício integral. Com isso, aumenta a necessidade de planejamento para que na velhice o padrão de vida não caia ou mesmo ocorram dificuldades para pagar contas.

Se for mantido o que está na proposta, com idade mínima de 65 anos para aposentadoria e pelo menos 25 anos de contribuição, apenas 76% do salário será garantido. Quem entrou no mercado de trabalho com 20 anos, por exemplo, se contribuir pelo teto do INSS, terá de ficar na ativa até 70 anos para assim ter direito ao benefício completo. Por isso, mesmo se ficar desempregado, uma das orientações de especialistas é manter contribuição para ajudar a somar mais tempo e ter um desconto menor ao se aposentar.

Como alternativa para esse cenário, o mercado financeiro oferece diversas opções. Em todos os casos, como explica o assessor de investimentos Bruno Carvalho, quanto mais cedo o trabalhador começar a poupar, maiores são as chances de ter uma reserva maior no futuro (veja no quadro). Ele destaca que há opções que são acessíveis até para quem ganha um salário mínimo, como aplicações a partir de R$ 30, como é o caso do Tesouro Direto. “Agora para quem já está mais próximo de se aposentar há opções que rendem um pouco mais”. Ele cita previdência privada e produtos bancários como alternativas.

Escolha

A escolha de como investir deve levar em consideração o perfil do trabalhador. “Pessoas mais conservadoras aplicam no que possibilita maior segurança, como Tesouro Direto, previdência privada. Aquele mais arrojado em produtos bancários e quem é mais agressivo em ações”. Em grande parte dos casos, como explica, quando está próximo de aposentar há maior preocupação por não ter tido planejamento e as pessoas terminam por se arriscar mais para ter dinheiro no futuro. “Não necessariamente precisa ser assim. Se arrisca mais, pode perder mais também. Por isso, é melhor começar aos poucos”.

O indicado é colocar os gastos e a receita na ponta do lápis e economizar no mínimo 10% por mês, o que deve ser poupado para investir pensando em complemento da aposentadoria. Em um cenário ideal, dois investimentos diferentes e até mesmo seguro de vida, ao considerar a segurança dos dependentes, trazem oportunidade de maior tranquilidade, segundo o assessor financeiro.

Diante das novidades, o presidente do Instituto Goiano de Direito Previdenciário, Hallan Rocha, diz que é preciso calma, já que as mudanças ainda estão em discussão. “Para quem tem condição de poupar, é melhor”.