Famílias camponesas e remanescentes de quilombos de 16 acampamentos dos municípios de Palmeirante, Filadélfia, Babaçulândia, Bandeirantes, Goiatins, Barra do Ouro e Campos Lindos, ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Araguaína, na manhã de ontem, reivindicado urgência na regularização fundiária de suas terras. Aproximadamente 300 pessoas ocupam o local.

Raimunda Pereira dos Santos, de 68 anos, que mora na gleba Tauã, município de Barra do Ouro, contou que já teve a casa onde vive queimada por duas vezes. “Já fui ameaçada várias vezes por pistoleiros, e uma família de Santa Catarina diz ser dona da terra, onde nasci e cresci. A terra era de meus pais e moro lá desde 1.952”, contou a trabalhadora.

Além da regularização fundiária, os camponeses reivindicam que a Defensoria Pública do Tocantins disponibilize mais defensores para a área agrária e que o Tribunal de Justiça (TJ-TO) crie varas agrárias em regiões de maiores conflitos de terra.

Os organizadores do movimento afirmaram que só vão deixar o local após negociação com autoridades representantes do Incra, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e TJ-TO.

Por meio de nota, a Superintendência Regional do Incra no Tocantins informou que a pauta dos trabalhadores rurais será discutida somente após a desocupação pacífica das instalações.

O órgão informou anda que, caso a Unidade de Araguaína não seja desocupada, solicitará judicialmente a reintegração de posse hoje.