A Operação Lucas, que não está relacionada à Operação Carne Fraca, investiga um suposto esquema criminoso entre empresas alimentícias e servidores da superintendência Federal Agricultura - Ministério da Agricultura e Pecuária no Tocantins. A investigação teve início após denúncia de que frigoríficos e laticínios fiscalizados teriam sido favorecidos em processos administrativos, por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas. Com as quebras de sigilos fiscal e bancário a Polícia Federal (PF) descobriu que a chefe do serviço de Inspeção na superintendência, Adriana Carla Floresta, que também foi superintendente substituta do órgão, recebia de empresas fiscalizadas valores mensais para custear despesas pessoais. Apenas em sua conta foi identificado uma diferença de mais de 200% do valor declarado à Receita Federal. Com essas informações, a Justiça Federal concedeu o bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens móveis e imóveis nos valores de R$ 2,2 milhões dos envolvidos. Conforme a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, em que as penas podem chegar até 12 anos de reclusão. Ao todo, durante a operação, cerca de 120 policiais federais cumpriram 62 mandados judiciais, no Distrito Federal e nos estados do Tocantins, São Paulo, Pará, Maranhão e Pernambuco.

Segundo a PF, o nome da operação faz referência à passagem Bíblica do livro de Lucas que diz: “Não peçais mais do que o que vos está ordenado”, e a uma segunda passagem que diz: “A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo”.