Após o pagamento à vista de mais de R$ 5 bilhões pelas empresas de telecomunicações ao Tesouro Nacional, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reconheceu, ontem, que o depósito das outorgas pelas vencedoras do leilão de 4G na faixa de 700 mega-hertz (MHz) foi importante para o governo.

“As empresas estão sendo vistas como heroínas em alguns blocos da Esplanada. Mas será que as pessoas estão mais preocupadas com o superávit primário do que com a melhoria da qualidade do serviço?”, disse após participar do evento de assinatura dos contratos entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as operadoras Claro, TIM, Telefônica Vivo e Algar Telecom.

De acordo com Bernardo, nos próximos quatro anos, o 4G pode se consolidar como a principal tecnologia de banda larga móvel. “As empresas sabem que na verdade pagaram barato pela faixa, porque esse será o serviço predominante. A frequência de 700 MHz é o filé mignon para se fazer o 4G”, comentou.

Anatel

Já o presidente da Anatel, João Rezende, minimizou a frustração de arrecadação com o leilão de setembro, que resultou em outorgas de R$ 5,1 bilhões, ante os R$ 8 bilhões previstos originalmente pelo governo.

Segundo Rezende, apesar do atraso no cronograma do leilão, a negociação feita com as teles e os radiodifusores que atualmente ocupam a frequência fizeram com que a Anatel “amadurecesse”.