O delegado regional da Polícia Federal em Foz, Fabiano Bordignon, confirmou a tese de Vanessa Neumann e informou que o Lago de Itaipu tem cerca de 150 km até a cidade a paranaense de Guaíra (também sede da PF no estado) e margens que somam em torno de 1.500 km. E mesmo apontando a falta de pessoal, Bordignon reclamou que a legislação brasileira ainda limita a extradição sumária. Até mesmo para deter suspeitos que integram a Difusão Vermelha da Interpol (lista com fotos e dados sobre criminosos procurados internacionalmente) precisam da autorização judicial de um dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o delegado, há pelo menos quatro medidas que ainda necessitam de regulamentação e que emperram a atuação no combate ao contrabando. “Tenho limitações em me deslocar, por exemplo, ao Paraguai para uma reunião em que discutimos ações integradas. A burocracia que tenho para ir ao Paraguai – uma distância de cerca de 10 km, basta atravessar a Ponte da Amizade - é a mesma que teria para viajar à China”, ironizou.

Apesar das dificuldades, o delegado mostrou que a sede da PF em Foz é a maior entre as 24 delegacias de fronteira do País, além de ter orçamento próprio: cerca de R$ 14 milhões para custeio. Somente em Foz foram apreendidos 15% do total de produtos contrabandeados e interceptados pela PF em todo o Brasil. Em 2017 foram 25 toneladas de maconha e 527 kg de cocaína.