A projeção para abertura de 72,7 mil vagas de emprego temporário em todo o Brasil para o Natal deste ano, representa uma queda de 1,7% em relação ao mesmo período do passado, que contou com 73,9 mil vagas na categoria. Para o chefe de divisão de economia da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes, esses números traduzem uma quase estagnação no comércio, uma vez que a variação de um ano para o outro é muito baixa.

“A oferta de emprego tem ficado muito baixa se compararmos ao período anterior à crise econômica do País. Antes da crise, o comércio contratava mais de 100 mil temporários para o período de final de ano. Em 2016, na fase mais crítica, essa oferta caiu para 67, 4 mil. E em 2017 foram 73,9”, contabiliza.

Bentes explica que a tendência é de que os dados nacionais reflitam a mesma situação dos estados. “Para fechar o dado nacional, pesquisamos os de cada estado e cada região. É o somatório desses dados que consolidamos para ter um cálculo nacional. No geral, os dados nacionais são os mesmos observados nos estados, resguardadas as proporções”, diz Bentes.

Outra obervação da pesquisa CNC é que até 2014, as vagas temporárias começavam a ser ofertadas mais cedo. No entanto, com a intensificação da crise a partir de 2015, o calendário de contratações passou a iniciar em outubro.

Em relação ao varejo, a Confederação prevê avanço de 4,5% no faturamento real em relação a 2017, com o volume de vendas natalinas – principal data comemorativa do setor – avançando 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

CDL

Apesar dos dados pouco otimistas da CNC, uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Palmas diz que neste fim de ano 61,3% das empresas pretendem abrir vagas temporárias para as vendas de final de ano. O mês com o maior volume de contratação deve ser novembro cuja projeção é para 61,9% do total de contratações. Para outubro, foram estimadas 33,3%. Já dezembro, final da temporada de contratos temporários é de 4,8%. A sondagem mostrou ainda que 16% dos lojistas estão inclinados a abrir vagas de emprego temporário. Na outra ponta, 22,6% responderam que não irão contratar. Entre os pretendem abrir vagas temporárias, 82,2% podem contratar entre uma e três pessoas; 13,3% de quatro a seis pessoas e 4,4% mais de seis pessoas.

Remuneração

Sobre a média de salários oferecidos para esses empregos, 47,6% das vagas são com remuneração de um salário mínimo; 45,2% até dois salários mínimos e 7,1% mais de dois salários mínimos.

Em relação ao tempo de trabalho, a maior parte dos empregadores - 47,6% - disse que as vagas podem durar até dois meses; 35,7% de três a quatro meses e 16,7% deve ter duração de cinco a seis meses. A boa notícia, é que 47,6% das empresas esboçaram a possibilidade de efetivação dos contratos temporários; 40,5% não têm certeza e 11,9% só procuram pessoas para vagas temporárias, sem possibilidade de que sejam efetivas.

O setor que mais deve abrir vagas, segundo a pesquisa é de vestuário (28,3%), seguido do setor de prestação de serviços (14,2%), lojas de móveis e eletrodomésticos (6,6%), eletrônicos (3,8%) e materiais de construção (2,8%). Outros segmentos como telefonia, alimentação, supermercado, bebidas, ótica e farmácia, somam menos de 2%.

Oportunidade

Na opinião do presidente da CDL Silvan Portilho, esta é uma boa hora para quem está em busca do primeiro emprego, ou para quem está desempregado e deseja ser reinserido no mercado de trabalho. Para ele, o empregado temporário que consegue se destacar em sua função tem grandes chances de ser efetivado, ou chamado em oportunidades futuras.

“É preciso saber lidar bem com as pessoas, ter comprometimento e se dedicar ao trabalho que vai desenvolver, pois é isso que o comércio está procurando. Para quem está com planos de tentar conquistar uma vaga de emprego temporário, a dica é levar a sério, pois pode ser a porta de entrada para efetivação”, aconselha Silvan Portilho.