Em pelo menos duas grandes concessionárias de veículos da Capital, a taxa administrativa dos consórcios e o valor dos veículos para financiamento foram alterados. O motivo é a influência do dólar e a mudança anual pela qual os automóveis são submetidos.

O Jornal do Tocantins entrou em contato com cinco revendedores de veículos e constatou que a mudança não deve ocorrer em todas as empresas. Quem já assinou contrato também não será afetado, mas aqueles que quiserem adquirir veículos de determinadas marcas por meio de carta de crédito, agora terão que arcar com pelo menos 3% a mais do que em 2015 sobre os valores dos veículos.

A consultora de consórcios Nathalia Borin explica que há quatro anos, a taxa administrativa deste tipo de sociedade era apenas 14% e este ano deve atingir 19%. A explicação é o impacto que o mercado financeiro tem sofrido. “Quem entra nos novos grupos já terá novos valores este ano.” Diante deste cenário, a expectativa é que a venda de veículos sofra uma queda. “Este mês já está bem parado e pode ser que piore”, avalia.

Embora seja gerente de uma das concessionárias cuja taxa de consórcio não será alterada, Felipe Pallome comenta que o meio de aquisição de veículos mais atrativo – o consórcio - atualmente já sofreu queda. Ele, que também vende consórcio de imóveis, afirma que o consumidor está pensando mais antes de fazer o compromisso.

Segundo as concessionárias, o financiamento não é mais o preferido dos palmenses por dois motivos: as empresas de créditos estão mais exigentes e o preço dos veículos em algumas empresas também está mais alto. Embora em muitos casos a taxa de consórcio continue a mesma de 2015, para financiar um veículo o consumidor terá que investir pelo menos R$ 4 mil a mais que no ano passado.

Avaliação

Diante destas alterações e do atual cenário de instabilidade financeira, é preciso avaliar se vale a pena assumir um compromisso financeiro que compromete, em média, de 20 a 30% da receita bruta. Para o economista Lázaro Gomes, é viável firmar o compromisso quando o bem a ser adquirido é imprescindível para alguma atividade familiar ou profissional.

Segundo o economista, neste caso, o consórcio só vale a pena quando há reservas financeiras para arcar com o lance. “Se houver dinheiro para dar o lance e pegar o bem, vale a pena. Caso contrário, o consórcio não é um bom negócio”, diz, ao reforçar que neste tipo de compromisso a tendência é perder, e não ganhar.

Para aqueles que desejam utilizar o consórcio para guardar dinheiro, a recomendação do economista é que pensem em outro tipo de aplicação. “A poupança é uma boa opção. O problema é que a liquidez dela é absoluta. Mas, com certeza, é melhor que consórcio”, destaca.