Lúcia Monteiro
A senhora é coautora do decreto 8.762 que entra em vigor no próximo dia 10 de maio e limita a servidores de carreira o preenchimento dos cargos de superintendentes da pasta da Agricultura. A indicação política para esses cargos está no cerne da fraude denúncia?
Creio que sim. A interferência política é nociva de todo jeito e permite desvios de toda sorte. O critério para ocupação desses cargos deve ser técnica; tem que ser servidor de carreira e por mérito. Mas já deixei isso pronto.
Qual sua avaliação sobre a crise gerada pela operação da PF?
Gravíssima. A exportação caiu a 1% do tradicional. É um baque enorme para o setor. E não é uma crise política. Não são os governos que não querem importar a carne brasileira. É a população que exige que o governo não compre.
A reação do governo federal foi acertada?
O ministro (da Agricultura) Blairo Maggi está fazendo o que pode. Agora, é o tempo e convencimento. Temos que provar que houve corrupção e não um problema na cadeia da carne.
É possível estimar quanto tempo será necessário para reestabelecer a confiança na carne brasileira?
É difícil calcular. Temos que aguardar porque ainda podem surgir fatos novos.
A PF afirmou que apenas 1% das provas foram apresentadas.
Isso é o pior da PF, porque parece ameaça. Não condeno a ação, mas condeno a forma de comunicar. Deveria ter cautela e não fazer esse espetáculo que pode destruir um setor importante da economia. Já alertei o Blairo que muitos produtores vão ter dificuldade para cumprir seus compromissos e até para colocar comida na mesa
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