A extinção do Departamento de Desenvolvimento Agropecuário da Região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) começa a valer a partir de hoje. Uma nova estrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi sancionada por meio do decreto do governo Federal número 8.552/2016.

A senadora Kátia Abreu (PMDB), que foi uma das idealizadoras da fronteira agrícola, lamentou a extinção do departamento e diz que o Matopiba merecia atenção especial do governo. “Com a região, o Brasil dará exemplo de agropecuária organizada sob uma nova lógica de desenvolvimento, baseada em carbono zero e inclusão de pequenos e médios produtores. Porém, independentemente do apoio do governo federal, o Matopiba já é uma realidade e se sobrepõe à vontade de um governo ou de um ministério.”

Muitos investidores, inclusive estrangeiros, demonstraram interesse no Matopiba e para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (Faet), Paulo Carneiro, a preocupação é que essas parcerias sejam prejudicadas. “O receito é que todo o desenvolvimento e crescimento que se avizinhava deixe de chegar até o Matopiba”, disse ao lembrar que a região já é um diferencial na vida dos produtores tocantinenses.

O superintendente do Mapa no Tocantins, Rodrigo Guerra, garantiu ao Jornal do Tocantins que os investimentos não vão deixar de acontecer. “Esta é uma região importante e que ainda precisa de investimentos para que o produtor tenha acesso a recursos que objetivem o desenvolvimento econômico.”

Um conjunto de políticas públicas que favorece a abertura de áreas produtivas é o principal objetivo da criação do Matopiba e para o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa), Ricardo Khouri, “se a extinção da agência acontecer, mas tiver uma forma alternativa de políticas públicas que favoreçam a produção, não haverá prejuízos”.