A dificuldade de encontrar profissionais para preencher postos de trabalho reservados para pessoas com deficiências vai além da falta de qualificação. Conforme a subsecretária do Trabalho e Assistência Social, Mariza Sales, a família dos candidatos muitas vezes atrapalha o processo com medo que eles percam o benefício de assistência social, que é garantido por lei. “A contratação esbarra nesse problema. Muitas vezes eles vêm em busca da vaga, fazem o cadastro, mas na hora da seleção não aparecem, pois a família acredita que é mais cômodo receber o dinheiro em casa, sem trabalhar, do que ter que se deslocar todos os dias para o trabalho”, afirmou.

 

A coordenadora da área de imagem pessoal do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) , Kátia Santos, responsável pelo projeto Beleza em todas as suas formas, que vai promover um curso de auxiliares de cabeleireiro para pessoas com Sindrome de Down, está esbarrando na mesma dificuldade. Ela, que precisa de seis alunos para fechar a turma que inicia as aulas nas primeiras semanas de maio, só conseguiu inscrever um até agora. “Acredito que a comodidade da família em não querer que eles fiquem sem o dinheiro atrapalha. Nós só queremos capacitá-los para que eles mostrem para a sociedade e para os pais que são capazes de desenvolver competências. Isso é muito importante para a autonomia deles”, explicou.

 

O curso é oferecido pelo Senac em parceria com a Alfaparf e o Instituto Meta Social. Mais informações: 3219-1643.