Um levantamento realizado pelo Procon-TO esta semana na Capital aponta que dos 53 postos de combustível de Palmas, 25 estão vendendo gasolina comum com o mesmo preço, R$ 3,96. O que significa uma igualdade em 47,16% dos estabelecimentos, ainda que os mesmos sejam de bandeiras diferentes o que na prática deveria desnivelar os valores.

Os dados mostram que a variação entre o maior preço R$ 3,99 e o menor R$ 3,89 é de R$ 0,109. “Só pode ser alinhamento, não tem outra justificativa já que os custos operacionais são diferentes. Os que são estão com preços iguais estão semelhantes e o consumidor está sem opção”, destaca o gerente de Fiscalização do Procon – TO, Mango Silva.

O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Tocantins (Sindiposto) informou que não se envolve nos preços praticados e destacou que embora os estabelecimentos tenham bandeiras diferentes, os custos operacionais são próximos. “São várias as demandas que diferenciam o valor final do preço e a prática de preços parecidos nem sempre significa um alinhamento, temos que considerar a concorrência de mercado”, destacou Sérgio Cunha, assessor jurídico da entidade.

Cartel

Na última quinta-feira, a Justiça Estadual acatou denúncia feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE) que acusa os empresários Eduardo Pereira, conhecido como Duda, e Benedito Neto de Faria, o Dito do Posto de formação de cartel no ramo de combustíveis em Palmas.

Conforme a denúncia, em 2008 os empresários iniciaram o alinhamento de preços nos postos sua propriedade na Capital após Duda assumir a presidência do Sindiposto. A partir daí, foram iniciadas combinações com outros proprietários de postos.

O advogado do Duda Pereira, Paulo Roberto da Silva, disse que trata-se de uma injustiça. “A denúncia foi oferecida para calçar uma prova que não existia no processo. As testemunhas são as mesmas do processo crime”. O JTo tentou contato com o Dito do Posto, mas as ligações não foram atendidas.