A aprovação do texto principal do Projeto de Lei Nº 441/17 que institui o Cadastro Positivo, pela Câmara dos Deputados trouxe boas expectativas para consumidores, empresários e instituições ligadas ao setor econômico do Tocantins.
Quando entrar em vigor, o projeto vai destravar o acesso ao crédito para 22 milhões de brasileiros, uma vez que será possível distinguir os bons dos maus pagadores, além de injetar em médio prazo, até R$ 1,1 trilhão na economia e promover um aumento de R$ 790 bilhões (12% do PIB) na geração de negócios. A estimativa é das entidades que compõem a Frente do Cadastro Positivo.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas (CDL), recebeu a notícia da aprovação do projeto com otimismo. Ao Jornal do Tocantins, o gerente Comercial da CDL Palmas, Siges Leal, diz que o cadastro positivo será beneficente para a instituição que vai conceder o crédito. “Hoje infelizmente as empresas só têm informações de quem está negativado ou não e essa informação não é suficiente para dizer se um cliente é ou não bom pagador. Creio que os juros também serão mais baixos e mais facilidades serão concedidas ao consumidor, já que os bancos terão acesso a todas essas informações sobre os clientes”, explica. 
Novos créditos
O presidente do Conselho Regional de Economia do Tocantins, Claudinei Leal, avalia o projeto de forma positiva. Segundo ele, a medida vai alavancar o poder de compra no País com abertura de novos créditos, já que milhares de pessoas têm o nome limpo, pagam em dia suas contas, mas por falta de crédito não conseguem comprar. “O cadastro vai ampliar o leque para as pessoas consumirem. Para o comércio será muito positivo, pois serão mais 22 milhões de consumidores que poderão comprar a crédito”, afirma.
Leal explica que o Brasil tem 151 milhões de consumidores adultos e desse total apenas 112 milhões têm acesso ao crédito. “39 milhões não têm como comprar a prazo porque não têm crédito, sendo 17 milhões porque estão com o nome sujo e 22 milhões porque não possuem pontuação de crédito mesmo tendo o nome limpo, e são exatamente esses 22 milhões que serão beneficiados com o cadastro positivo porque o que vai contar na hora de aprovar o crédito não é a renda, mas o histórico de bom pagador”, explica o economista. 
O gerente de uma revendedora de carros da Capital, José Arinaldo, conta que a empresa tem boas expectativas em torno do cadastro positivo. “Nossa expectativa é que essa mudança aqueça bastante o mercado, pois muitas pessoas não devem, têm o nome limpo e não possuem crédito. Com a medida, a pessoa vai poder adquirir o crédito mesmo não comprovando a renda, só com o histórico de bom pagador”, avalia.
O gerente conta que quase 50% dos clientes que procuram a loja para financiar um veículo, mesmo com o nome limpo, o banco acaba negando porque ele não tem como comprovar a renda e nem experiência em compras a prazo. “Isso vai facilitar muito, tanto para os clientes quanto para a empresa”, diz.
Este é o caso do autônomo Herbson Cleto, que estava na empresa e comprou um carro à vista no valor de R$ 50 mil. “Se tivesse o crédito poderia usar esse dinheiro para da entrada em um carro novo e ficar pagando o resto, mas como não tenho tive que comprar um usado. Acredito que o novo sistema de avaliação de crédito vai ajudar e muito tanto as empresas quanto nós consumidores”, afirma.