A Uber venceu na Justiça nesta segunda-feira (28) o recurso contra a proibição de operar na cidade de Londres. A cidade é o maior mercado europeu da empresa americana, com mais de 3,5 milhões de usuários, segundo estimativa da Business of Apps.A decisão do Tribunal de Magistrados de Westminster é uma derrota para o prefeito da capital britânica, Sadiq Khan, que desde 2017 tenta revogar a licença da empresa americana de transporte compartilhado.No lance mais recente, em novembro do ano passado, a agência de transporte de Londres (TfL) havia retirado a autorização de operação depois da revelação de que mais de 14 mil viagens haviam sido feitas por motoristas sem licença.A Uber argumentou que as contas falsas foram responsabilidade de uma quadrilha e não representavam um problema geral do sistema de controle da empresa.Segundo o tribunal, a empresa eliminou as falhas de segurança e seus sistemas de supervisão e controle.A decisão, que renovou a licença por 18 meses, afirma que os problemas não eram graves o suficiente para rejeitar a licença de operação.A regional da Uber para a Europa ocidental e do norte afirmou que o resultado era um "reconhecimento do compromisso da empresa com a segurança".A agência londrina TfL, por sua vez, afirmou que as melhorias de segurança foram implantadas por causa das restrições impostas em novembro, e que "monitorará de perto a adesão da Uber aos regulamentos e tomará medidas rapidamente se eles não cumprirem os padrões exigidos".A volta da Uber desagradou aos motoristas de táxi tradicionais, que bloquearam várias ruas de Londres em protesto. Na cidade operam outras empresas de transporte compartilhado, como a indiana Ola, a alemã Freenow e a estoniana Bolt.O mercado britânico de transporte público por automóveis (táxis e aplicativos) é o quarto maior do mundo em receitas (US$ 6,9 bilhões por ano, ou R$ 38 bi) e o décimo em penetração (26,4%), segundo a Statisa.A batalha de capitais europeias contra empresas de tecnologia não se restringe a Londres. Na última terça (22), a Justiça francesa autorizou a Prefeitura de Paris a limitar o número de apartamentos oferecidos pelo Airbnb.