O Facebook e o Twitter penalizaram nesta quarta-feira, 5, contas oficiais da campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a publicação de informações falsas sobre a pandemia da Covid-19.O vídeo removido pelo Facebook mostra uma entrevista concedida pelo presidente à emissora Fox News. Nela, Trump afirmou que as crianças praticamente não podem contrair o coronavírus. "Se você olhar para crianças, elas são quase - e eu diria quase que definitivamente -, mas quase imunes a esta doença", disse, acrescentando que elas "têm um sistema imunológico mais forte"."Este vídeo inclui falsas alegações de que um grupo de pessoas é imune à Covid-19, o que é uma violação de nossas políticas em torno de informações desagradáveis e nocivas", disse o porta-voz do Facebook, Andy Stone. Esta é a primeira vez que o Facebook retira um post do presidente por violar as políticas da empresa sobre informações falsas.O Twitter, por sua vez, anunciou ter bloqueado temporariamente a conta oficial da campanha de reeleição do presidente americano.Na mensagem publicada pela conta @TeamTrump, o mandatário afirma que as crianças são "quase imunes" à Covid-19, o que viola as regras contra a desinformação na rede social, explicou um porta-voz da plataforma à Agência France Press."O proprietário da conta deverá apagar o tuíte antes de poder voltar a tuitar", completou.Um porta-voz da Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.Enquanto muitas crianças tiveram sintomas mais leves do vírus, os pesquisadores descobriram que ainda são capazes de se infectar e passar para outras pessoas, incluindo adultos em casa e na escola, como professores.O Facebook desativou anteriormente dezenas de anúncios colocados pela campanha de reeleição do presidente Trump que incluíam um símbolo usado pelos nazistas para designar presos políticos em campos de concentração.O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse no fim de junho que o Facebook removerá as postagens que incitam à violência ou tentem reprimir a votação - mesmo dos líderes políticos - e que a empresa afixará etiquetas nas postagens que violem o discurso de ódio ou outras políticas.As medidas representaram grandes concessões em meio à pressão do público, inquietação dos funcionários e um crescente boicote de anunciantes pela recusa de longa data do Facebook de abordar de forma mais agressiva o discurso de ódio e outras violações de plataforma de políticos como o presidente Trump.As mudanças são pelo menos uma retirada parcial da deferência tradicional da empresa para o discurso que ela considera "digno de ser noticiado". Isso inclui a decisão do Facebook de não rotular ou remover um post de Trump que dizia: "quando os saques começam, o tiroteio começa".Outras empresas, como o Twitter, que afixaram uma etiqueta de aviso em um post semelhante, foram mais vigorosas em responder ao que consideravam violações de políticas, incluindo de políticos.