O supremacista branco Brenton Tarrant, responsável pelo massacre de 51 pessoas em duas mesquitas da Nova Zelândia em 2019, foi condenado à prisão perpétua nesta quinta-feira (27). A Justiça determinou que ele não terá direito à liberdade condicional.

“Pelo que posso avaliar, você [Tarrant] está desprovido de qualquer empatia por suas vítimas”, disse juiz Cameron Mander ao proferir a sentença. “Você continua totalmente egocêntrico, não ofereceu nenhum pedido de desculpas ou reconhecimento do dano que causou”, continuou o magistrado, de acordo com o Washington Post.

Tarrant transmitiu ao vivo os ataques, realizados em 15 de março de 2019. Com armas semiautomáticas e rifles, atirou contra muçulmanos que rezavam na mesquita de Al Noor e no Centro Islâmico Linwood, em Christchurch. Ele se declarou culpado no começo de 2020 pelas 51 acusações de assassinato, 40 acusações de tentativa de homicídio e uma acusação de cometer ato terrorista. Depois do ataque, a Nova Zelândia proibiu armas semiautomáticas de estilo militar.

O julgamento de Tarrant durou 4 dias. Sobreviventes e familiares das vítimas ficaram cara a cara com o atirador ao prestarem depoimentos. Do lado de fora do tribunal de Christchurch, multidões se reuniram e pediam a condenação de Tarrant.

O promotor Mark Zarifeh disse que uma sentença de prisão perpétua sem liberdade condicional era apropriada. Ressaltou a “extrema violência, brutalidade, crueldade e insensibilidade” do tiroteio, o trauma que alterou a vida dos sobreviventes e o planejamento cuidadoso que precedeu o ataque.

Tarrant havia declarado que não queria falar no julgamento. Um advogado nomeado pela Corte disse que ele não se opunha a sentença de prisão perpétua.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, comentou a senteça. Disse que “nada vai tirar a dor” dos sobreviventes e familiares das vítimas. “Mas espero que vocês tenham sentido o apoio da Nova Zelândia durante todo este processo, e espero que continuem sentindo por todos os dias que se seguem”, falou.