As apresentações de Beija-Flor e Salgueiro no domingo (26), somando-se ao bom desfile da Portela no segundo dia, colocam as três como potenciais candidatas ao título deste ano -a tradição das escolas também pode jogar a seu favor.

Neste ano, a Beija-Flor inovou ao desfilar sem alas. Entre as alegorias, os componentes usavam fantasias misturadas, não mais separados por grupos. O desfile contava a história de Iracema, personagem de José de Alencar.

A escola de Nilópolis acabou saindo mais de uma hora depois do horário previsto. A presidente disse que havia óleo na pista, que teria vazado do carro acidentado da Paraíso de Tuiuti. No entanto, a escola agradou à sua torcida fiel, que cantou o samba com empolgação.

No Salgueiro, Marcia e Renato Lage entregaram o desfile competente que sempre realizam.
Didáticos, fizeram passar na avenida uma representação do poema "A Divina Comédia", de Dante Alighieri, que trazia as três partes da história: inferno, purgatório e paraíso.

No segundo dia, sob a batuta do carnavalesco Paulo Barros, a Portela fez um desfile falando sobre rios. A escola fez referência a um de seus grandes nomes, Paulinho da Viola, com o enredo "Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar", versos de uma de suas mais conhecidas canções.

A Mangueira, atual campeã, teve um incidente com seu segundo carro que deve lhe custar a chance de um bicampeonato do título. A alegoria, que representava a festa de São João no enredo sobre fé e religiosidade, parou no meio da avenida, abrindo um imenso buraco bem em frente à segunda cabine dos julgadores.

ACIDENTES
Os acidentes graves nos dois dias de desfiles, além de erros e problemas pontuais em praticamente todas as escolas, afetaram nitidamente o ambiente e devem se refletir nas notas dos julgadores.

A disputa pelo rebaixamento deve ficar entre a Paraíso do Tuiuti e a Unidos da Tijuca, que tiveram as ocorrências com vítimas. A primeira subiu no ano passado e deve perder pontos por causa da correria após o problema com seu carro.

Apesar de o acidente da Tuiuti ter deixado mais feridos e com mais gravidade, o fato de ter se dado no último carro atrapalhou menos o desfile do que o incidente da Tijuca, que viu parte de seu segundo carro desabar e travar a entrada dos demais na avenida, enterrando a evolução e a apresentação de seu enredo.