Folha Press
Sob pressão de protestos no Líbano, o primeiro-ministro Hassan Diab anunciou, nesta segunda-feira (10), sua renúncia do cargo. Junto com ele vai toda a equipe do gabinete.
No domingo (9), segundo dia de protestos contra o governo do Líbano, manifestantes atiraram pedras nas forças de segurança nos arredores do Parlamento do país e invadiram os ministérios da Habitação e do Transporte.
Naquele dia, os ministros das pastas da Informação e do Meio Ambiente apresentaram suas renúncias aos cargos. Os libaneses acusam o governo de negligência no caso da enorme explosão que ocorreu na terça (4) na região portuária de Beirute e deixou ao menos 158 mortos, além de cerca de 6.000 pessoas feridas –no local do incidente abriu-se uma cratera de 43 metros de profundidade.
A explosão que deixou metade da capital libanesa devastada e 300 mil desabrigados somou-se a um cenário político complexo –marcado pela corrupção, o descontentamento com a administração governamental e uma crise econômica profunda– e engrossou a demanda de manifestantes, que pediam a renúncia do governo.
A ministra da Informação, Manal Abdel Samad, retirou-se neste domingo, citando a explosão e o fracasso do governo em realizar reformas. "Peço desculpas aos libaneses, não soubemos responder às expectativas", disse. Pouco depois, foi a vez do titular da pasta do Meio Ambiente, Damianos Kattar.
O principal clérigo cristão maronita do país, o patriarca Bechara Boutros al-Rai, também sustentou que o gabinete renunciasse, pois não pode "mudar a forma como governa". Ele declarou que apenas o desligamento de um parlamentar ou de um ministro não seria suficiente.
A reconstrução do Líbano é estimada em bilhões de dólares. Economistas preveem que os reflexos do desastre possam acabar com até 25% do PIB do país.
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