Detido há um ano em um presídio de segurança máxima na Sardenha, na Itália, o terrorista Cesare Battisti tenta conseguir uma liberação das autoridades do país para conversar com seu filho brasileiro por Skype.Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", o advogado de Battisti, Davide Stecanella, contou que apresentou recentemente um pedido para o contato ser realizado e ainda espera a deliberação dele.A prisão onde Battisti está detido abriga diversos criminosos relacionados com a máfia, mas o terrorista não teve nenhum contato com os outros presos e está sozinho. Além disso, passou os seis primeiros meses da pena em uma solitária.No entanto, a família de Battisti o visita com certa frequência e um sobrinho disse em uma entrevista que o tio estava em boas condições de saúde e sereno. A informação foi confirmada por Stecanella.Comultação da pena Battisti pertencia ao grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. Após quase 40 anos foragido, vivendo na França, no México e no Brasil, teve uma ordem de prisão expedida pelo ministro Luiz Fux, do STF, e foi detido em janeiro de 2019 na Bolívia e entregue às autoridades italianas.Com o objetivo de alterar sua pena para 30 anos de cárcere, a defesa do italiano falhou no ano passado em dois pedidos apresentados à Justiça para converter a condenação, como consta o acordo de extradição brasileiro que o STF decidiu em 2009."Para alguém de 65 anos, não muda se pegar 30 anos ou a prisão perpétua", disse Steccanella em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo".O advogado italiano ainda revelou que Battisti necessita esperar entre "dois ou três anos" para uma nova solicitação, mas Steccanella acredita que as chances de conseguir são mínimas, já que o terrorista italiano fugiu por muito tempo.Os presos condenados à prisão perpétua, como é o caso de Battisti, precisam cumprir ao menos uma década da pena para solicitar a revisão. O defensor, por sua vez, estuda usar o tempo que o terrorista ficou preso no Brasil (mais de quatro anos) e na Itália (1979 - 1981).Battisti admitiu ter sido o autor material de dois homicidios e seu envolvimentos nos outros dois. Além disso, o italiano revelou uma carta aos ex-companheiros dizendo que a "luta armada não valeu a pena".