O presidente americano, Barack Obama, afirmou, em entrevista, ser mais inteligente lidar com o consumo de maconha no país como uma questão de saúde pública, da forma como se faz com cigarro e álcool.

Questionado pela revista "Rolling Stone" sobre disparidades no tratamento da substância no país -legalizada em parte dos Estados-, Obama disse acreditar "que tratar isso como uma questão de saúde pública, da mesma forma como fazemos com cigarro e álcool, é a maneira muito mais inteligente de se lidar [com o assunto]".

"É insustentável no longo prazo para o Departamento de Justiça ou a DEA [agência antidrogas americana] aplicar uma mistura de leis, onde algo que é legalizado em um Estado pode levar a uma pena de 20 anos de prisão em outro. É um debate que agora está maduro, de forma semelhante como acabamos fazendo progresso com o casamento do mesmo sexo", disse Obama à revista, em entrevista concedida no dia seguinte à eleição de Donald Trump para a Presidência americana.

Em entrevista à revista "New Yorker" em 2014, Obama já havia dito que fumar maconha era um "mau hábito", mas que avaliava que as punições eram desproporcionais e que o consumo da substância não era mais "perigoso que o álcool".

"Como já foi bem documentado, eu fumei maconha quando era jovem, e vejo isso como um mau hábito e um vício, não muito diferente dos cigarros que fumava na juventude e durante parte de minha vida adulta (...) Não acho que [maconha] seja mais perigosa que álcool", disse o presidente há dois anos.

MICHELLE NÃO É CANDIDATA

À "Rolling Stone", Obama se disse "desapontado" com a vitória de Trump, mas não desanimado.

Questionado sobre se sua mulher, Michelle, deveria se lançar a algum cargo na política, o presidente afirmou que ela "nunca vai concorrer". "Como bem sei, ela é uma pessoa talentosa. Você vê a incrível ressonância que ela tem com o povo americano. Mas eu brinco que ela é muito sensível para querer estar na política."