Durante o discurso de Angelus, realizado aos domingos no Vaticano, o papa Francisco pediu o fim da guerra na Ucrânia. Ao discursar na Praça de São Pedro neste domingo (6), o pontífice pediu ajuda às pessoas que estão fugindo da Ucrânia, especialmente para as mães e crianças vítimas do confronto iniciado pela Rússia.“Rios de sangue e lágrimas estão fluindo na Ucrânia. Não é apenas uma operação militar, mas uma guerra, que semeia morte, destruição e miséria”, disse o papa para 25.000 fieis, alguns deles carregando bandeiras ucranianas. “Faço um apelo sincero para que os corredores humanitários sejam genuinamente garantidos e para que a ajuda seja garantida e o acesso facilitado às áreas sitiadas, a fim de oferecer alívio vital aos nossos irmãos e irmãs oprimidos por bombas e medo.”Francisco afirmou ainda que as necessidades de assistência humanitária crescem a cada hora “naquele país conturbado”. Também agradeceu aos países que estão recebendo os refugiados e aos jornalistas que estão registrando os fatos e “a crueldade de uma guerra”.Segundo a ONU (Organizações das Nações Unidas), em torno de 1,5 milhão de pessoas deixaram a Ucrânia desde o início dos ataques, em 24 de fevereiro. O papa pediu então pelo cessar-fogo: “Acima de tudo, imploro que os ataques armados cessem e que a negociação – e o bom senso – prevaleçam. E que o direito internacional seja respeitado mais uma vez!”.Francisco afirmou que a Igreja Católica está “a serviço da paz” e afirmou que dois cardeais foram para a Ucrânia para ajudar às pessoas afetadas pelo conflito. “A presença dos dois cardeais lá é a presença não apenas do Papa, mas de todo o povo cristão que quer se aproximar e dizer: ‘Guerra é loucura! Pare, por favor! Olhe para essa crueldade!’”.Leia a íntegra do discurso do papa Francisco deste domingo (6):“Queridos irmãos e irmãs,Rios de sangue e lágrimas estão fluindo na Ucrânia. Não é apenas uma operação militar, mas uma guerra, que semeia morte, destruição e miséria. O número de vítimas está aumentando, assim como as pessoas que fogem, especialmente mães e filhos. A necessidade de assistência humanitária naquele país conturbado está crescendo dramaticamente a cada hora.Faço um apelo sincero para que os corredores humanitários sejam genuinamente garantidos e para que a ajuda seja garantida e o acesso facilitado às áreas sitiadas, a fim de oferecer alívio vital aos nossos irmãos e irmãs oprimidos por bombas e medo.Agradeço a todos aqueles que estão recebendo refugiados. Acima de tudo, imploro que os ataques armados cessem e que a negociação – e o bom senso – prevaleçam. E que o direito internacional seja respeitado mais uma vez!E eu também gostaria de agradecer aos jornalistas que colocam suas vidas em risco para fornecer informações. Obrigado, irmãos e irmãs, por este serviço! Um serviço que nos permite estar perto da tragédia dessa população e nos permite avaliar a crueldade de uma guerra. Obrigado, irmãos e irmãs.Oremos juntos pela Ucrânia: temos suas bandeiras à nossa frente. Rezemos juntos, como irmãos e irmãs, a Nossa Senhora, Rainha da Ucrânia. Ave Maria…A Santa Sé está pronta para fazer tudo, para se colocar a serviço dessa paz. Nestes dias, 2 cardeais foram à Ucrânia, para servir ao povo, para ajudar. O cardeal Krajewski, o Almoner, para levar ajuda aos necessitados, e o cardeal Czerny, prefeito interino do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral. A presença dos dois cardeais lá é a presença não apenas do Papa, mas de todo o povo cristão que quer se aproximar e dizer: ‘Guerra é loucura! Pare, por favor! Olhe para essa crueldade!'”11º DIA DA GUERRAA invasão da Ucrânia pela Rússia chega ao 11º dia neste domingo (6). O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse no sábado (5) que seu governo está fazendo todo o possível para chegar a um acordo com os russos. Nova rodada de negociações deve ser realizada na segunda-feira (7).A OMS (Organização Mundial da Saúde) confirmou “vários” ataques a centros de saúde na Ucrânia. “Ataques a instalações de saúde ou trabalhadores infringem a neutralidade médica e são violações do direito internacional humanitário”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.