O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, expressou neste domingo sua rejeição a uma proposta francesa feita ao Conselho de Segurança da ONU que solicita a presença de forças internacionais na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental.

"Israel não pode aceitar o projeto de resolução francês perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Não menciona a incitação palestina; não menciona o terrorismo palestino, e sugere a internacionalização do Monte do Templo (como os judeus denominam o recinto sagrado)", disse hoje Netanyahu ao início da reunião semanal de seu gabinete.

A França apresentou na sexta-feira passada a minuta de um texto - que ainda tem que ser debatido - solicitando o envio de observadores internacionais da ONU aos lugares santos de Jerusalém, segundo informou o jornal "Le Figaro" no sábado.

"Vimos em todo Oriente Médio, em Palmira, no Iraque e em outros lugares, como militantes muçulmanos explodem as mesquitas dos outros. Acabamos de ver em um santuário judeu, no mausoléu de José (na Cisjordânia, queimado na sexta-feira por palestinos). Só Israel, e unicamente Israel, é o fiador dos lugares santos no Monte do Templo", afirmou Netanyahu.

As autoridades palestinas acusaram Israel de tentar mudar o "status quo" na Esplanada das Mesquitas pelas cada vez mais abundantes visitas de judeus nacionalistas que pretendem rezar no lugar.

Israel tomou o controle do recinto, que estava sob controle jordaniano, quando ocupou Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Gaza, na Guerra dos Seis Dias de 1967.

Desde então, mantém o controle da segurança do recinto enquanto o patrimônio islâmico está sob custódia da Jordânia, em virtude de um acordo pelo qual unicamente os muçulmanos estão autorizados a orar no lugar.

O chefe do Executivo israelense também negou que "o 'status quo' tenha sido violado: "Não mudamos nada. As diretrizes de reza, os direitos de visitantes não mudaram nos últimos 15 anos".

Netanyahu acusou simpatizantes do Movimento Islâmico de Israel e do grupo islamita palestino Hamas de entrar na mesquita, de onde planejaram ataques a visitantes judeus e cristãos que sobem ao complexo: "Essa é a única mudança no 'status quo", comentou.

"Israel não é o problema no Monte do Templo. Israel é a solução", completou.

O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, rejeitou na sexta-feira um pedido da Palestina para posicionar em Jerusalém Oriental uma força internacional que se encarregue de tramitar o acesso à Esplanada das Mesquitas e evitar a violência.

"Israel não aceitará nenhuma presença internacional no Monte do Templo", disse antes de assegurar que "qualquer intervenção desse tipo violaria o status quo de décadas" e "seria contraproducente".

A Palestina defende a necessidade de uma intervenção internacional para deter a "agressão" israelense "contra o indefeso povo palestino e contra seus templos", segundo seu representante na ONU, Riyad Mansur.