O naufrágio de um navio de carga que transportava alimentos destinados ao comércio de Fernando de Noronha (PE), no último dia 4, deixou a população da ilha desabastecida. Faltam principalmente verduras, frutas, legumes e ovos, além de galões de água de 20 litros.

Para suprir a escassez, aviões e embarcações menores foram fretados, o que encareceu os produtos.

O navio, da empresa Além Mar, saiu de Natal levando 70 toneladas de mantimentos. Quando estava a nove milhas (14,5 quilômetros) da ilha, precisou fazer uma manobra para desviar de um navio de grande porte que se aproximava, segundo o gerente de logística da empresa, Marcelo Lima.

A movimentação fez com que água entrasse na casa de máquinas, e, às 22h31, a embarcação naufragou, causando um prejuízo de R$ 2 milhões. A tripulação foi resgatada e ninguém ficou ferido.

O navio levava mantimentos para mercados da ilha, principalmente o Noronhão, da mesma empresa transportadora, e o Poty, um dos maiores da região.

Nesta segunda (15), barcos chegaram com alimentos para abastecer o Noronhão. De acordo com Lima, na próxima sexta-feira (19) outra embarcação fretada levará mantimentos, e a empresa deve mandar um navio próprio em até 15 dias.

Além do Noronhão, o supermercado Poty também teve problemas para atender a demanda local. O empreendimento também é administrado por uma empresa que faz transporte de carga, a Jaqueline Transportes. De acordo com a gerente da empresa, Juliane Maciel, a transportadora só espera um navio de cem toneladas encher para enviá-lo à ilha. Atualmente, está com 90 toneladas, e a previsão é de que saia nesta quinta-feira (18) e chegue no sábado (20).

Maciel explica que, como foi preciso enviar carga de avião, o preço foi repassado aos consumidores. Enquanto o navio cobra, em geral, R$ 1,40 por quilo transportado, o mínimo cobrado por aviões é R$ 4, segundo a gerente. Por isso, um quilo de maçã, que custava R$ 14,99, passou a R$ 19,99. "Esperamos que neste fim de semana a situação já volte ao normal", diz.