A Nasa acaba de divulgar dois estudos que demonstram para além de qualquer dúvida a presença de água na Lua – e em regiões iluminadas pelo Sol. Os dois artigos estão publicados na edição desta semana da revista científica britânica Nature Astronomy. E os resultados, claro, têm implicações importantes para futuras missões lunares.Talvez o anúncio soe como figurinha repetida, mas é muito ilustrativo de como a ciência funciona. De fato, temos há muito tempo uma forte desconfiança de que exista água aprisionada no fundo de crateras polares da Lua, e a primeira suspeita remonta a dados colhidos com a sonda americana Clementine, no final dos anos 1990.Mas todas as detecções anteriores davam um salto pouco comentado: elas eram baseadas numa assinatura de luz infravermelha com comprimento de onda de 3 micrômetros (ou em detecção de nêutrons, ligados à presença de hidrogênio). Só que esse sinal poderia ser tanto de água, H2O, como de outras hidroxilas, ou seja, compostos com HO, presas em minerais.