Centenas de moradores invadiram uma delegacia na terça-feira (7) para linchar uma mulher que estava presa por incendiar uma casa e causar a morte de uma criança de dois anos, em Novo Aripuanã, 227 km de Manaus.

Revoltados, os invasores jogaram gasolina e atearam fogo no prédio, retiraram a mulher da cela a agrediram com pedras e ainda a jogaram nas chamas.

O policiamento do local precisou ser reforçado para conter a ira dos populares que tentavam fazer 'justiça' com as próprias mãos. Por fim, os policiais e o delegado da unidade conseguiram salvar a mulher, identificada como Lucinete Gama.

A suspeita foi transferida para Manaus na noite de terça-feira (7) com quadro grave de traumatismo craniano e queimaduras de vias aéreas. Ela se encontra entubada na UTI, respirando com ajuda de aparelhos.

Na quarta-feira (8), o delegado Ivo Martins, adjunto da Polícia Civil, identificou quatro pessoas suspeitas das agressões e do incêndio na delegacia. Eles devem responder por depredação de patrimônio público e tentativa de homicídio.

Entenda o caso

A mulher foi presa na segunda-feira (6) após invadir e incendiar uma casa onde estavam sete pessoas, entre elas, três crianças. Um menino de dois anos, que estava na residência, chegou a ser transferido para Manaus, mas morreu em consequência das queimaduras. Além dele, uma mulher e a filha, uma bebê de nove meses, ficaram feridas. Elas seguem internadas em Manaus.

Segundo a Polícia Civil, o incêndio criminoso foi motivado por um triângulo amoroso, a suspeita Lucinete Gama colocou fogo em uma casa para tentar matar outra mulher. As investigações apontam que as duas mantinham relacionamento com o mesmo homem.

O delegado responsável pelo caso, Mariolino Brito, contou que no dia do incêndio, uma garrafa de gasolina foi lançada em cima do fogão da casa, mas a mulher que seria o alvo do crime não estava na residência.

"O que eu tenho apurado é que a Lucinete era amante de um homem e que a outra mulher também era amante dele. Por ciúmes, ela foi botar fogo na casa. Ela queria matar a moça. O motivo dessa coisa foi ciúmes, porque esse homem era amante das duas", contou o delegado ao G1.