Juína, cidade de 40 mil habitantes no noroeste de Mato Grosso, recebeu neste domingo (22) os corpos de Maíra Panas Helatzuk, 23, e da mãe dela Hilda Panas, 56. Mãe e filha morreram na quinta-feira (19) na queda do avião em que estava o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, em Paraty (RJ).

Maíra prestava serviços de massoterapia ao empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono do Hotel Emiliano, que também morreu no acidente. Sua mãe era professora em Juína e acompanhava a filha na viagem.

Amigos e familiares de Maíra e Maria lamentaram a morte de ambas. Irmã de Maíra, a advogada Kelli Cristini Panas Helatczuk, 29, evitou falar no acidente e preferiu lembrar momentos que viveu ao lado da irmã mais nova, que classifica como "uma artista nata".

Maíra começou a dançar aos 7 anos, quando começou a aprender balé com uma professora da cidade. Aos 15, já trabalhava como professora de dança e se apresentava em toda a região de Juína.

"Eu acompanhava nos bastidores a evolução dela", diz a irmã, recordando que ela passou a se interessar por dança árabe ao assistir à novela "O Clone" e aprendeu a dança assistindo a tutoriais na internet.

Maíra foi morar em São Paulo, onde continuou dedicando-se à dança. Chegou a ganhar uma bolsa de estudos para estudar no exterior, mas acabou se machucando antes da viagem, disse a irmã.

O acidente fez com que ela se interessasse por fisioterapia. Enquanto estudava, trabalhou como babá e fez cursos de massoterapia.

Segundo Kelli, Maíra atuava num tratamento do empresário, que tinha dores no nervo ciático. Recebeu a viagem a Paraty como um presente de aniversário e foi acompanhada da mãe, que estava em São Paulo para visitá-la.