O Tribunal de Vigilância Penal de Cagliari, no sul da Itália, rejeitou nesta segunda-feira (18) um pedido do ex-terrorista Cesare Battisti para progredir para o regime domiciliar em função da pandemia do novo coronavírus.

O recurso havia sido apresentado pelo advogado do italiano, Davide Steccanella, que alega que seu cliente sofre de hepatite B e infecção pulmonar e teme ser contaminado pelo Sars-CoV-2. “Estou velho e doente aqui na prisão. Tenho medo de ser infectado”, disse Battisti a sua defesa.

O Tribunal de Vigilância, no entanto, teria encontrado uma solução alternativa para que Battisti continue descontando sua pena dentro da cadeia.

A juíza Maria Cristina Lampis explicou que não há risco de contágio dentro da prisão devido as “medidas articuladas e pontuais, organizadas pela área de Saúde em consulta com a direção para gerenciar a emergência de saúde”. Portanto, “não há pré-condição de urgência para conceder o benefício solicitado”.

Na decisão foi alegado que Battisti está com “boas condições gerais de saúde e suas patologias podem ser tratadas na prisão de Oristano”. Lampis acrescentou que o italiano contará com recursos de estruturas externas de saúde para realizar exames no centro de detenção.

Extraditado pela Bolívia em janeiro de 2019, o italiano de 65 anos cumpre prisão perpétua na penitenciária de Oristano, em regime de isolamento diurno. Ele pertencia ao grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e foi condenado por quatro assassinatos cometidos na década de 1970.

Após ter passado quase 40 anos foragido e alegando inocência, Battisti admitiu, em março de 2019, ter sido o autor material de dois homicídios e seu envolvimento nos outros dois. Ele transcorreu boa parte de seu período de fuga no Brasil e tem um filho nascido no país.