Um juiz do Peru determinou nesta segunda-feira a prisão por 18 meses de quatro empresários de construtoras que se associaram à Odebrecht e supostamente coordenaram subornos em conjunto com o ex-presidente Alejandro Toledo para ganhar a licitação de uma rodovia que une o Brasil ao Peru.

O magistrado Richard Concepción determinou prisão preventiva contra José Graña, Hernando Graña, Fernando Camet e José Castillo, que se entregaram a autoridades e seguiam presos enquanto esperavam em uma sala do Palácio de Justiça sua transferência para a prisão. Além disso, foi determinada prisão domiciliar para Gonzalo Ferraro Rey, cuja defesa informou que ele está enfermo e internado em uma clínica local.

O promotor do caso, Hamilton Castro, acusou os cinco empresários de tramar junto com a Odebrecht o pagamento de subornos milionários a favor de Toledo (2001-2006) em troca da vitória na licitação da rodovia Interoceânica, que liga o Brasil à costa do Peru.

Castro argumentou que as construtoras peruanas Graña & Montero, JJ Camet Contratistas Generales e ICCGSA - as mais importantes do país - deram mais de US$ 15 milhões de um total de US$ 20 milhões recebidos pelo ex-presidente. 
O promotor acusa José Graña, Camet y Castillo de conluio. Além disso, Camet, Castillo, Ferraro e Hernando Graña são acusados de lavagem de ativos.

José Graña é ainda acionista do jornal El Comercio, o principal do país. A defesa dos empresários afirmou que eles são inocentes e apelou da decisão judicial.

O mesmo juiz já determinou no caso a prisão de Toledo, que está radicado nos EUA e tem contra si um pedido de extradição da Justiça peruana. Representante da Odebrecht no Peru, Jorge Barata afirmou à promotoria que as construtoras peruanas conheciam e assumiram parte do suborno a favor do ex-presidente peruano.

As acusações por corrupção atingiram todos os ex-presidentes do Peru de 2001 a 2016 e agora começam a afetar a classe empresarial. Toledo tem contra si uma ordem de captura internacional, Alan García (2006-2011) está sob investigação por suborno e Ollanta Humala (2011-2016) está em prisão provisória por 18 meses. Também são investigadas a ex-prefeita de Lima Susana Villarán e a principal líder da oposição, Keiko Fujimori. Fonte: Associated Press.