O governo brasileiro condenou nesta quarta-feira (31) o ataque aéreo que horas antes matou o líder da ala política do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, a capital do Irã.Em comunicado, o Itamaraty afirmou que o Brasil repudia o "flagrante desrespeito" à soberania e à integridade territorial do Irã e que atos de violência "não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio". "Tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns."O texto ainda pede a todos os envolvidos que ajam com máxima contenção para evitar um grande conflito na região, "que poderia resultar em muitas mortes de civis e inocentes".Leia também: Venezuela rompe relações internacionais com o Peru Avião cai no Nepal e ao menos 18 pessoas morremAntes, diversos países haviam reagido à morte de Haniyeh. Diante da acusação feita pelo Irã e pelo Hamas de que Israel foi responsável pelo ataque, os Estados Unidos, principais aliados de Tel Aviv, disseram não ter conhecimento prévio do assassinato nem envolvimento na sua execução.O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, disse apenas que um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas é imperativo, sem citar o ocorrido em Teerã.A Rússia, aliada do Irã, alertou para possíveis consequências do ataque na região. "Trata-se de um assassinato político totalmente inaceitável que provocará uma nova escalada de tensões", afirmou sua chancelaria.A Turquia também criticou o ataque, que descreveu como um "assassinato desprezível", e afirmou que seu objetivo era regionalizar a guerra em Gaza.A China disse estar preocupada e condenou o assassinato, enquanto o Qatar, onde vivia Haniyeh, chamou o ato de "crime atroz" e fez uma alerta contra uma "escalada perigosa" na região.O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) estava a poucos metros de Ismail Haniyeh horas antes de o líder político do Hamas ser morto. Eles estavam em Teerã para a posse do novo presidente do Irã, Masud Pezeshkian, na terça (30).Imagens da TV Press, emissora do país persa, mostram Alckmin sentado na mesma fileira em que estava Haniyeh, a apenas três cadeiras de distância.