Rock pesado e letras em tom de protesto é o que os palmenses vão conferir no show da Véiétu, hoje, no Teatro Sesc Palmas. Influenciados por Rolling Stones, Beatles, Steppenwolf, Pink Floid, entre outros nomes, a banda lança hoje o CD Rock in Palmas. O repertório da noite será composto por canções autorais e releituras de clássicos.

O cantor, compositor e produtor musical paulista, radicado em Palmas, Jota Bulhões, ex-violonista, guitarrista e backing vocal da banda de Gilberto Gil; o guitarrista carioca Aylton Yabeta, o baixista Diego Britto, o baterista Tharson Lopes e o tecladista Mauro Galvão fazem uma radiografia do momento do Brasil. “Não temos a cara de banda moderna, temos a cara de banda mais pesada, rock and roll, mesmo”, afirma Bulhões.

O artista está na atividade cultural desde os anos 70. Tem inúmeros trabalhos profissionais como músico. No Estado, entre outras funções, atuou como diretor de Arte e Cultura da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), em 2014. Está no Tocantins há cerca de dez anos. Confira entrevista com Bulhões:

Qual vai ser o repertório da noite?

O interesse maior é mostrar que a banda também tem canções autorais e mostrar o nosso cantar rock and roll em português. Não temos a cara de bandas modernas, temos a cara de banda mais pesada, rock and roll mesmo. A grande maioria das músicas do disco tem lá seu lado social, político, o que menos a gente fala é de amor. A gente fala mais das questões sociais, o problema da marginalidade, dos ladrões, e uma tentativa de alguma coisa positiva também. Tem uma canção que se chama Tudo será novo amanhã que mostra bem esse lado, que as coisas estão difíceis, mas amanhã é um dia novo e novas coisas podem acontecer.

Como você vê as bandas de rock atuais?

A música no mundo está passando por uma fase de instabilidade, não se sabe para onde vai. O próprio rock inglês está passando por essa fase. Como é o samba deles, eles continuam fazendo, mas tanto aqui no Brasil como lá fora eu vejo que as bandas seguem um estilo de acordo com as suas influências e não tenho como dizer se gosto ou não, se é ruim ou bom, se é melhor ou se é pior, mas eu prefiro a música de três, quatro décadas atrás.

E as bandas tocantinenses?

Nós temos aqui na cidade um movimento novo chamado Cerrado Novo que tem alguns autores novos, que é o que é necessário fazer num mundo conturbado desses. A gente tem que ser colaborativista, se juntar para fazer alguma coisa. Eu vejo como algo que está acontecendo. Esse grupo tem vários artistas individuais que se juntaram e estão desenvolvendo um projeto na área da música que tem um pouco de rock, samba um pouco de tudo, que é como é a música do mundo hoje. A gente percebe influencia brasiliana, as músicas americanas e o contrário.