Luis Parra, deputado opositor rival de Juan Guaidó, se autoproclamou neste domingo, 5, presidente do Parlamento da Venezuela, sem a presença do rival no Palácio Legislativo, o que a oposição denunciou como um "golpe de Estado parlamentar".

Imagens de Parra prestando juramento com um megafone na tribuna presidencial da Câmara foram exibidas pela TV estatal, a VTV. Ele prometeu "sair desta desgraça", em meio a discussões aos gritos que tornaram o discurso inaudível.

Guaidó e deputados da maioria opositora legislativa, que não puderam entrar no local devido a piquetes policiais e militares, denunciaram que a sessão aconteceu "sem votos ou quórum".

A eleição de Parra ocorreu após o Congresso da Venezuela, cuja maioria se opõe a Maduro, se juntar para eleger uma nova liderança, com previsão de reeleger Guaidó, o que não ocorreu por causa dos bloqueios. O parlamentar é reconhecido por mais de 50 países, entre eles o Brasil, como presidente legítimo da Venezuela.

Guaidó acusou o Partido Socialista de oferecer malas de dinheiro a parlamentares para votarem contra ele. Pouco tempo depois do anúncio oficial da eleição de Parra, os EUA disseram que o governo Maduro agiu "contra a vontade do povo e das leis”.

Uma vitória de Guaidó permitiria que a oposição continuasse pressionando pela saída do ditador venezuelano, que se tornou um pária entre as nações do Ocidente por minar a democracia e ser responsável por um catastrófico colapso econômico do país.

Autoridades do governo aparentemente estavam tentando impedir a votação, com policiais e militares bloqueando uma avenida que leva ao Parlamento e impedindo a entrada de legisladores de oposição.