O Facebook afirmou nesta segunda (12) que estava atualizando sua política sobre discurso de ódio para proibir qualquer conteúdo que negue ou distorça o Holocausto.A empresa de mídia social também disse que, a partir do fim deste ano, vai começar a direcionar pessoas procurando por termos associados ao Holocausto ou à sua negação a informações verificadas sobre o assunto. Em 2018, Mark Zuckerberg, chefe do Facebook, disse em uma entrevista ao site de tecnologia Recode que a companhia não iria automaticamente remover conteúdo que negava a existência do Holocausto, uma declaração que causou polêmica na internet.Na entrevista, Zuckerberg tentava diferenciar a existência de um discurso ofensivo (o exemplo usado foram pessoas que negam o Holocausto) e postagens falsas que podem levar a agressões físicas.Em reação a isso, iniciou-se uma pressão para que a plataforma considerasse a negação do Holocausto como uma forma de discurso de ódio, inclusive vinda de anunciantes.“Eu lutei contra a tensão entre defender a liberdade de expressão e o dano causado por minimizar ou negar o horror do Holocausto”, disse Zuckerberg, que é judeu, nesta segunda (12), em um post no Facebook.“Meu pensamento evoluíu quando eu vi dados mostrando o aumento da violência anti-semita”, acrescentou Zuckerberg.O Congresso Judaico Mundial e o Comitê Judaico Americano elogiaram a decisão e disseram que ela aconteceu depois de conversas contínuas com a empresa de mídias sociais.“Por muitos anos, o Congresso Judaico Mundial defende que o Facebook remova de sua plataforma o conteúdo que nega a existência do Holocausto e trabalha com as equipes da empresa de mídia social para revisar essas postagens e classificá-las como discurso de ódio segundo os padrões da empresa ", disse o Congresso Judaico Mundial em um comunicado."A aplicação dessas políticas não acontece da noite para o dia", disse o Facebook em um post de blog. "Existe uma variedade de conteúdo que pode violar essas políticas e levará algum tempo para treinar nossos revisores e sistemas para colocar isso em prática."