Os Estados Unidos iniciaram o processo de retirada de suas tropas do Afeganistão. Os 2.500 militares vão retornar ao país de origem a partir de sábado (1º). A retirada marca o fim da guerra mais longa da história do país norte-americano.

Segundo a secretária de imprensa adjunta da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, a retirada já começou. “Uma retirada está em andamento“, afirmou na quinta-feira (29) em coletiva de imprensa.

O processo levará meses para acontecer, mas o governo dos EUA afirma que até 11 de setembro de 2021 todos os soldados terão retornado para casa. A promessa foi feita pelo presidente Joe Biden em 14 de abril.

“Eu sou o 4º presidente norte-americano a comandar uma presença de tropas no Afeganistão. São 2 republicanos e 2 democratas. Não vou passar essa responsabilidade para um quinto [presidente]”, afirmou na ocasião.

A data 11 de setembro marca o motivo pelo qual os Estados Unidos afirmam que iniciaram a guerra no Afeganistão. Serão 20 anos dos ataques da Al Qaeda às Torres Gêmeas, em Nova York, e ao Pentágono, em Washington D.C.

Os aviões que atingiram as instalações mataram 2.996 pessoas. Desde então, os EUA passaram a enviar militares a nações do Oriente Médio, especialmente ao Afeganistão, apontado como possível base para militantes da Al Qaeda depois do ataque.

“A guerra no Afeganistão nunca foi pensada para ser um empreendimento multigeracional”, disse Biden. “É hora de acabar com a guerra para sempre”.

O sábado (1º) era o prazo para o retorno total das tropas, segundo acordo firmado entre o então presidente Donald Trump e o Afeganistão. O adiamento não agradou congressistas democratas. Por outro lado, a promessa de retirada definitiva até setembro desagradou os republicanos.

De acordo com relatório da Unama (Missão da ONU no Afeganistão), de 2009 a 2020, a guerra do Afeganistão matou 38.559 pessoas civis (não envolvidas no conflito) no país. Nos 3 primeiros meses de 2021, foram mais 573 mortes.