Vinte países, entre eles os cinco mais povoados - China, Estados Unidos, Índia, Indonésia e Brasil - e os mais poluentes, se comprometeram a dobrar seus investimentos em pesquisa sobre energia limpa para enfrentar a mudança climática global, informou a Casa Branca.

Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da França, François Hollande, anunciarão a denominada "Missão Inovação", junto com os líderes dos outros 18 países em Paris durante o início da 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

O conjunto dessas nações representa 75% das emissões mundiais de CO2, um dos principais gases causadoras do efeito estufa, e mais de 80% do investimento em pesquisa e desenvolvimento da energia limpa do mundo, segundo um comunicado.

Além de aumentar a inovação mundial público-privada desse tipo de energia, o acordo pretende proporcionar energia limpa acessível aos consumidores, em particular no mundo em desenvolvimento, e criar oportunidades comerciais adicionais nesse setor.

Através da iniciativa, os 20 países se comprometem a duplicar sua respectiva pesquisa de energia limpa e o desenvolvimento do investimento (P&D) em cinco anos.

Os países que fazem parte dessa proposta são alguns dos maiores produtores de petróleo e gás - EUA, Canadá, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, México, Noruega e Indonésia.

Também estão incluídos muitos com alta penetração das energias renováveis em seus setores de energia, tais como o Canadá, Noruega, Dinamarca, Brasil e Chile.

A "Missão Inovação", segundo a Casa Branca, se complementa com um esforço liderado pelo setor privado separadamente, que se comprometeu a investir níveis extraordinários de capital privado em energia limpa, concentrando-se nas inovações em fase inicial.

Esta iniciativa paralela, liderada por Bill Gates, inclui uma coalizão de mais de 28 investidores de capital privado significativos de dez países, e se chamará Coalizão Energia Breakthrough.

Os membros destas iniciativas reconhecem, de acordo com o documento, a necessidade de acelerar o desenvolvimento de soluções de energia limpa para que coincida com a urgência de lutar contra a mudança climática.

A proposta estipulada pelos 20 países e empresários responde à "urgência da mudança climática, a oportunidade da inovação tecnológica e o imperativo internacional para abordar este problema de uma maneira global".

Segundo a Casa Branca, acelerar a inovação de energia limpa é essencial para se alcançar o objetivo de limitar o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus, um dos principais desafios da Conferência sobre o Clima que começa nesta segunda-feira em Paris.