Mérida, Lara e Zulia são alguns dos Estados venezuelanos que estão há mais de 80 horas sem energia elétrica. De acordo com o jornal venezuelano El Nacional, os 03 serão os últimos a receber energia elétrica.

A informação foi dada por Alexis Rodríguez, membro do comitê executivo da Federação dos Trabalhadores da Indústria Elétrica da Venezuela.

O país sofre o apagão desde quinta-feira (7). Os primeiros registros foram na capital Caracas.

Na Região Metropolitana, o fornecimento de energia foi restabelecido em pelo menos 21 zonas, segundo o jornal. Outras 10 zonas seguem sem luz.

CONSEQUÊNCIAS

Os venezuelanos relatam em suas redes sociais comércios fechados, caos no transporte público e semáforos desligados.

Nos hospitais apenas pacientes em casos urgentes são atendidos. Pelo menos 17 pacientes renais morreram após a paralisação de serviços de diálise durante o apagão informou a ONG Codevida neste sábado (9). Grupo de Lima fala em 18 vítimas e culpa Nicolás Maduro.

As câmaras frias também pararam de funcionar e os cadávares entraram em putrefação.

No aeroporto internacional de Maiquetia, em Caracas, os passageiros ficaram sem banheiro ou restaurantes, além ter sido suspensa a retirada de dinheiro nos caixas eletrônicos.

O apagão também atingiu a cidade de Roraima, estado abastecido por distribuidoras como a Venezuela. É o único Estado do Brasil que não faz parte do SIN (Sistema Interligado Nacional) e desde sexta-feira (8) vem sendo mantido 100% por termelétricas.

PROTESTOS

A crise energética se transformou em um novo atrito entre o presidente Nicolás Maduro e Juan Guaidó. No sábado, opositores e apoiadores do regime de Nicolás Maduro foram às ruas de Caracas para protestar.

As manifestações foram inicialmente convocadas por Juan Guaidó, que chamou o povo a “expressar maciçamente nas ruas contra o regime usurpante, corrupto e incapaz”. Maduro e seus apoiadores reagiram.

Países que fazem parte do Grupo de Lima divulgaram comunicado neste domingo (10) responsabilizando “exclusivamente” o governo de Nicolás Maduro pelo apagão na Venezuela.

O texto é assinado por 11 dos 14 países do grupo: Brasil, Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru.

MADURO ATRIBUI APAGÃO AOS EUA

Neste sábado, em seu primeiro pronunciamento desde o início do apagão, Maduro alegou que o apagão foi um “ataque” ao país e culpou os Estados Unidos e seus aliados latino-americanos pela situação.

Maduro atribuiu a um ataque hacker o blecaute. “Foi utilizada uma tecnologia de alto nível que só os Estados Unidos possuem”, disse. O governo nega que o apagão tenha causado mortes.