Um enfermeiro do Centro Integrado de Nefrologia da Unicamp, de 52 anos, foi preso na manhã desta segunda-feira (7), no estacionamento do Hospital de Clínicas, em Campinas (SP), suspeito de estuprar dois irmãos, de 6 e 9 anos, que são seus vizinhos em um bairro de classe média em Paulínia (SP).

"A natureza desses crimes não tem faixa etária, classe social. [...] Essa prisão foi decretada há cerca de um mês, mas ele estava de férias, tirou licença. Hoje os policiais fizeram campana e ele foi preso no estacionamento da Unicamp. [...] Estava voltando para renovar a licença", disse o delegado Rodrigo Luis Galazzo.

De acordo com o delegado, no final de 2016 a mãe das crianças suspeitou do abuso através da mudança de comportamento de um dos filhos com um primo. "Ela o questionou e ele contou que o vizinho chamou ele pra ir na casa dele e acabou beijando ele na boca", diz o delegado.

Já em janeiro deste ano ela denunciou o abuso, informando que o suspeito submeteu a criança a sexo oral e que ele ainda ameaçava as vítimas, e assim a investigação começou. "[Ela disse que] o menino ficou nervoso. Disse: 'eu tenho medo de falar isso com você porque ele pode fazer mal pra você e pro papai'", conta Galazzo.

A mãe também falou para o delegado que o menino contou quando o vizinho o levou para um galinheiro nos fundos da casa dele e cometeu o mesmo ato sexual.

Os meninos passaram por atendimento com uma psicóloga, quando o mais novo fez um desenho de um carro de polícia e escreveu um recado para o delegado responsável pelo caso. "Eu quero que o [...] seja preso para sempre. Para o delegado. Assinado, [...]", diz o texto.

A psicóloga encaminhou o desenho e o parecer técnico para a Polícia Civil.

Segundo a polícia, um primo dos meninos relatou que há 16 anos o mesmo homem abusou dele quando ele tinha 15 anos.

Ainda de acordo com a Polícia Civil (PC), o enfermeiro é solteiro, não tem filhos e também não reagiu à prisão. No momento em que ele foi detido, foi apreendido com ele um celular antigo, sem acesso a redes sociais.

O suspeito foi ouvido e levado para a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial de Campinas. O delegado vai avaliar se pedirá a renovação da prisão temporária.

A universidade ainda não se posicionou sobre a prisão.