Uma sopa de morcego muito popular e consumida em Wuhan, na China, pode ter disseminado o coronavírus entre humanos e causado a morte de 17 pessoas e a infecção de mais de 600. Foi feita uma análise genética do patógeno, mas ainda não se sabe como o vírus se espalhou, a não ser por essa sopa.

Depois da propagação do vírus, as imagens da iguaria viralizaram nas redes sociais. A sopa é preparada com o morcego cozido inteiro e a barriga aberta.

De acordo com um estudo, publicado na terça-feira (21), na revista "Science China Life Sciences", patrocinado pela Academia Chinesa de Ciências de Pequim, o coronavírus está estreitamente relacionado a uma cepa existente em morcegos.

"O fato de os morcegos serem os hospedeiros nativos do Wuhan CoV (coronavírus) seria um raciocínio lógico e conveniente, embora ainda seja provável que haja hospedeiros intermediários na rede de transmissão de morcegos aos seres humanos", afirmaram os pesquisadores.

O estudo não informa sobre qual animal poderia ter sido um "hospedeiro intermediário", mas outro estudo da Universidade de Pequim, publicado na quarta-feira (22), no "Journal of Medical Virology", mostra as cobras como possíveis transmissoras.

Segundo a revista “New Scientist”, a pesquisa comparou o genoma de cinco amostras do novo vírus com 217 vírus parecidos coletados em várias espécies. A conclusão foi de que o novo coronavírus, identificado como 2019-nCoV, se assemelha ao vírus encontrado em morcegos, embora se pareça mais com o vírus encontrado em cobras.